Eu pensei em colocar as coisas que tenho escrito aqui.Agora acabei de lembrar que perdi todos os meus textos não-postados aqui.Eram vários fragmentos,reflexões e coisas bem extensas sobre momentos que não voltam.Eu formatei meu computador e me concentrei tanto nas músicas que esqueci dos meus textos.Falha minha,mas acontece.É como renascer.Eu não gosto de renascer.A renovação traz de volta a ingenuidade,a falta de experiência.E então,você volta a se ferir com coisas simples,aparentemente inofensivas.Mas apesar de desgostar da experiência,sou uma eterna Fênix.Acho que é isso.Pra dar passos,tive que me desligar de muita coisa passada.Mas eu sou nostálgico e algumas coisas voltam,outras não.Anteontem eu escrevi um texto bem extenso e que tinha me preocupado devido à excessiva tensão que a narrativa estava começando a ter.Escrever esse texto,por exemple,me trouxe lembranças de um tempo em que eu me desconhecia mais ainda.Muito mais.É engraçado pensar nisso.Tenho pensado tanto na dificuldade em me compreender.Eu queria que alguém me compreendesse.Que alguém se sentasse comigo,me abraçasse e dissesse:
_Fala o que tu quiseres!Vou te ouvir,opinar,mas sempre tentando te ajudar.
E gostaria que fosse alguém bem parecido comigo.Infelizmente,isso não existe.Ainda bem,seria um crime querer que alguém se parecesse comigo.Eu teria pena da pessoa.Às vezes,sinto pena de mim.Minha trama tem ritmo inconstante,bambo,instável e desritmado.É como um carnaval gótico.Essa é minha vida.É um carnaval no meio de uma floresta cheia de espinhos.Ou melhor,parece sempre uma festa e ninguém percebe o quanto os espinhos estão me machucando.Hoje tive uma reflexão engraçada:post-punk life.Seria uma outra definição pra minha vida.Uma vida pós-punk.Não porque ela tenha ritmo das músicas de Uk Decay ou Joy Division(apesar de ter)mas porque parece que uma avalanche passou,destruiu tudo e depois eu nasci.Num pós-caos,num pós-punk.Eu sou um bebê sentado no meio da guerra.Sou ingênuo demais para entrar na guerra e maduro demais pra me manter alheio à ela.Um bebê pensante,diríamos.Minhas reflexões são engraçadas.Queria que alguém achasse graça(?)mas sem me ofender.Que risse de minhas idéias mas fizesse comentários construtivos depois.As pessoas são desconstrutivas.Não existe um amanhã,então falam qualquer merda pra satisfazer uns e outros.Assim é fácil ser aceito por todos.Seria legal ser simples.Seria legal ser comum.Fazer tudo que todo mundo faz,gostar das mesmas coisas que todo mundo gosta.Eu já tentei muito.Não adiantou.Só piorou tudo.E se eu aceitar o que sou,fico insuportável.
Vai ter show do Radiohead no Brasil.20 de março de 2009.Meu pai já disse que eu vou e eu já tenho companhia pra ir.Isso é muito bom.Só falta agora,todos os Beatles já falecidos aparecerem na televisão,falarem que estavam de sacanagem e que não haviam morrido.Aí,os Beatles fariam uma turnê tocando só músicas de 1966 em diante.Tocariam o Revolver todo em alguns shows da turnê,em outros o Sgt. Peppers inteiro.Em alguns até o White Album inteiro,quem sabe.Depois eles fariam um show no Brasil.Um não,dois shows aqui no Brasil.Ou três.Um no Rio,outro em São Paulo e outro em Porto Alegre.Por falar em São Paulo,que lugar organizado.Nossa!Enquanto andamos em ônibus podres aqui no Rio,onde os terminais nem sempre são bem sinalizados,não há integração com metrô ou trem e pagamos muito caro para ir um pouco mais longe.Isso fortalece a minha teoria(tese!)de que o Rio é feito pra turistas e não pra população fluminense e carioca.Indo à São Paulo eu descobri que nem tudo está perdido.As pessoas,pelo menos onde eu fui,desculpavam-se olhando no seu rosto ao se desculparem,você encontra museus com facilidade.Ah que beleza.Só no Parque do Ibirapuera tem o Museu de Astro-Física,o MAM,a Fundação Bienal(a vigésima Bienal de São Paulo por sinal estava muito legal e olha que nem fui no escorregador)e o Museu Afro-Brasil.Além disso tem o Parque em si que é lindo.E é engraçado ver no mesmo espaço,emos,góticos,turistas e pessoas normais(?) juntas no mesmo lugar.Na Estação da Luz tem a Pinacoteca(que é demais,muitas exposições legais) e o Museu da Língua Portuguesa(que tinha uma exposição do Machado de Assis,que nem sempre se dá bem comigo).
É isso,então.Falei demais.Não foi só por saudade do blog,acho.E se alguém conseguir ler o post inteiro:parabéns,campeão!Haja paciência!
5 comentários:
O que exatamente você quis dizer com :"Parece uma garota escrevendo?"
Eu não consigo renascer , pelo menos não com os meus textos piegas.
Esse ano perdi meu fichário da escola , repleto de textos , foi um trauma, depois disso me sinto como se tivesse perdido alguém muito próximo, porque só escrevendo eu sou Bárbara na íntegra.
- "Eu não gosto de renascer.A renovação traz de volta a ingenuidade,a falta de experiência." O seu caso não é bem esse, né? Você mantém sua experiência, só não vai ter como consultar seus trabalhos.. e isso às vezes é bom, pra não repetir as coisas :)
- "Tenho pensado tanto na dificuldade em me compreender". Bom, somos pessoas diferentes a cada dia. Acho difícil ter total compreensão sobre nós mesmos.
- "Fala o que tu quiseres!Vou te ouvir,opinar,mas sempre tentando te ajudar." Esse é o papel dos amigos, né? Então que você já tem esse alguém.. aproveite! (ninguém percebe o quanto os espinhos estão me machucando.)
- "Só falta agora,todos os Beatles já falecidos aparecerem na televisão,falarem que estavam de sacanagem e que não haviam morrido." SERIA FOOODA XD
- "Museu de Astro-Física" *-*
- "é engraçado ver no mesmo espaço,emos,góticos,turistas e pessoas normais(?) juntas no mesmo lugar." Pessoas normais é foda.. vamos dizer 'no padrão. E no Rio tem muitos lugares assim também (e não tô sendo aquele típico carioca-anti-sampa nao =P), mas o problema é que em qualquer lugar você tem que procurar por esses lugares! Onde eles estão tendo tempo juntos, não só passando pela mesma calçada sem sequer notar a presença do outro...
Espero que tenha sido "construtivo" :) mas sem ser inchirido demais..
Beijos, Black!
AH! nao tinha lido...
"Parece uma garota escrevendo."????
----> ¬¬
não sinta pena de si mesmo, esse é o pior sentimento que você pode ter por si, sinta rávia ou até ódio mas não pena.
é realmente ninguém percebe quando os espinhos machucam alguém, então é dificil esperar que alguém os tire, no fim aprendi a ter que tirar meus próprios espinhos.
As vezes quero relutar contra esse pensamento, mas parece que como diz o mestre Elliott Smith: "Everybody's gone at last"
(No Name #5)
Bjos
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