segunda-feira, 1 de outubro de 2012
rotina cansativa
dou passos tortos
em linhas certas
guiado de um lado
pelos destilados
e do outro
pela fé
de que no final dessa guerra
haverá uma puta festa.
segunda-feira, 24 de setembro de 2012
sobre o cansaço.
há algo no cansaço
que me impulsiona ao automático
e aí como se sabe
as máquinas trabalham melhor
e mais rápido
que os seres humanos.
hei de celebrar o cansaço
e viver assim
meio bêbado
meio inconsciente
que é mais fácil
e dói menos.
espera
paciência com o tempo.
que nem sempre ele tem tempo
pra cuidar dos nossos problemas
como se fossem dele.
acalma o coração que a paz vem.
sábado, 4 de agosto de 2012
Rumo ao mar (ou "pisando em ovos")
essa dor que não dói
essas coisas que eu não sei
não sei definir
não sei entender
queria poder querer
simplesmente
me livrar e me libertar
pra não mais voltar a ser
obrigado a ser
tudo que eu não gostaria de ser.
domingo, 29 de julho de 2012
amálgamumana
todo dia
sou uma pessoa diferente
o que me faz pensar
(ao ver a amálgama que sou)
que é a diferença
que resulta na soma.
quinta-feira, 21 de junho de 2012
Pragmatism not idealism
trocar os sonhos
pela objetividade
que viver como se quer
é impossível
nutrir-se da futilidade
que nos impulsiona aos nossos objetivos
que agora são todos muito parecidos
com os de todo mundo
e depois
já esquecidos de quem somos
achar graça de quem vive de sonhos
e chamar de vagabundo
a quem investe na espera
talvez até no ócio
sejamos menos apontadores de dedos
q sem a arte nos teus dias
nem tu aguentaria o peso
de tua própria vida.
segunda-feira, 11 de junho de 2012
Sangue e Fé
Saía muito sangue da minha boca..."Porra, eu nem sabia que tinha tanto sangue assim..."
E fiquei ali sangrando...sem ter o que fazer. Não tinha a quem pedir ajuda (lado ruim de morar sozinho), não tinha como gritar (qualquer movimento com a boca gerava dor lancinante), tentei andar até a porta da cozinha e sair para o corredor do prédio mas já havia perdido tanto sangue que não tinha forças pra girar a chave, nem a maçaneta, só o que girava era minha cabeça. Girava, girava, girava e eu fui escorregando pela parede da cozinha, consciente de que não dava pra fazer nada. Tava ali, o azulejo quase branco do prédio antigo do apartamento alugado constratando com meu sangue de cor vermelho-sangue, que também escorria parede abaixo. E então...cheguei ao chão. Depois disso, me ajeitei para uma posição confortável à minha dor e sangrei até me acabar.
Penso que, às vezes, a vida é isso mesmo, sangrar e sangrar, tentar fugir mas, no final das contas, a gente continua sangrando. Acho que quase todo mundo é infeliz e vai se escondendo do grande desastre que é se apoiando em alicerces instáveis como namoros, empregos, carros, casa própria pra chegar no final da vida, ficar doente, dependente, se encontrar miserável novamente e cair em depressão pra todo o sempre, só podendo dizer depois do fim "...sangrei até me acabar".
Mas isso é uma visão parcial, imagino, deve existir gente feliz pra sempre, eu sigo fingindo acreditar, a fé é assim.
quinta-feira, 31 de maio de 2012
saudade
um beijo praqueles
de vida perfeita
que eu vou abrir uma seita
dos desajustados
direto da roda
da roda!!!
dos enjeitados
os pobres coitados
de vida imperfeita
vou abrir uma seita
pra não falar de amor
mas pra falar de amor
pra falar de verdade
e te explicar que a cidade
ela não vale nada nada nada não
e que essas pessoas felizes
não se dispoem
nem a quebrar seus narizes
pra fingir ser o que são
quinta-feira, 10 de maio de 2012
Hoje vai ser bom, eu sei!
Saí.
Saí, porque era dia de sair, não tinha nada de muito novo. Não era um dia especial, o dia não teve cores ou luzes especiais que me fizeram enxergar algo além do que eu já tinha enxergado ao longo da minha curta e (de ruim a) medíocre vida. Vai ver foi por isso mesmo que eu saí, pra achar algo novo...
Marquei de encontrar com os amigos em frente ao Burger King pra comer algo antes de ir pra balada e não beber de barriga vazia que, aprendemos na pele e depois de sucessivos erros, não é uma boa ideia. Como sempre, alguém chegou atrasado (na verdade, todos), eu cheguei meia-hora depois do combinado ("nunca seja o primeiro ou o último", alguém me disse) mas não fui o último. Aí foi todo mundo comer, menos a namorada chata do meu amigo que além de vegana é arrogante e quer impor os hábitos dela ao namorado ou a qualquer um que esteja à volta. Depois de algum esforço, ela entrou, sentou e, então, começou a reclamar do cheiro de carne queimada e tudo mais (ainda bem que sou bom na arte do foda-se).
Saindo do King, o grupo que era de 6 pessoas (3 gurias, 3 machos, mas só 1 casal) foi em direção ao metrô ali da Carioca pra se encaminhar à zona sul. O trajeto não teve nada que mereça ser relatado (se é que algo aqui merece...), só o comentário da namorada vegana babaca que me disse que eu tinha engordado bastante nesse período que eu tava em casa e fui até educado com ela, respondendo: Que pena =/ .
Chegando na fila da balada, percebo uma garota bem bonita olhando na minha direção, mais exatamente pra minha camisa da Factory 51, mas não faço nada. Depois de uns 5 minutos, ela vem e me fala "Sua camisa é muito foda!". E daí seguiu-se a conversa:
"É bacana mesmo! Gosto dela...você curte New Order e Joy Division?"
"Claro! Eu sei da Haçienda e da Factory por causa daquele filme, 'A Festa Nunca Termina', já viu?"
"É só um dos meus filmes preferidos, caralho, vamo pra algum lugar que eu te como enquanto a gente vê o filme, sua linda (é claro que eu não disse isso, falei que já tinha visto e que nunca tinha conhecido ninguém que curtisse)."
Conversamos mais alguma coisa e consegui o Facebook dela, essas coisas, daí ela se virou pras amigas e voltou a conversar com elas. E eu volto também pros meus amigos, que dizem "Cara, chega logo nela, você não vai encontrar com ela lá dentro!" Respondo:
"Caralho, vou chegar na guria na fila mesmo?"
"É, caralho!"
Como eu já queria fazer isso mesmo, só me faltava coragem e alguém pra dizer "Cara, não tem problema chegar na mulher na fila, você não vai parecer ansioso demais". Então, dou mais um gole na minha Stella e vou falar com ela de novo.
"Então, a gente se deu bem, né? E eu tava pensando (olho pra ela e me inclino de leve)..." E aí a filha da puta...
"Cara, você é muito legal mesmo, mas não dá." Eu, brochado, puto, sei lá, pergunto:
"Você é lésbica e essa sua amiga aí do lado não é só amiga, é isso?" E a vadia responde:
"É, desculpe despertar expectativas =/"
( =/ ? _|_ pra você, sua escrota, não preciso de você)
Na hora, aquilo me desperta uma certa frustração, mas nada significativo (agradeço aos mestres cervejeiros belgas pela dormência emocional do momento). Volto pros meus amigos, que estão com uma cara de decepção parecida com a minha e recebo um tapinha nas costas "Não foi essa ainda, calma. Tem muita mulher melhor aqui...olha só aquela ali!" Eu olho sem entusiasmo mas elogio a bunda da garota, porque é o que um homem faria, não é mesmo?
Chegando lá dentro, desanimado pela experiência lá de fora, fico meio dançando, meio curtindo, meio conversando com os amigos e é isso. Depois de algumas horas, avisto a guria conversando com um cara (aparentemente, tão entretida como tava comigo), cara bonito, aliás, bem melhor que eu, eu sei. E, então, ele pega na cintura dela e eles começam a se beijar (com vontade, é bom falar também, bastante vontade, como se ela estivesse precisando disso há algum tempo). E aí meu estado emocional vai de desanimado para melancólico para raivoso para melancólico de novo e fica variando entre puto e triste (essa é a hora em que a cerveja não ajuda, pelo contrário, no meu caso). E aí bebo demais, xingo a namorada vegana babaca que virou "filha da puta que manipula meu melhor amigo, que já não é mais melhor amigo por sua causa" e não lembro como cheguei em casa. Lembro que fiquei tentando processar o porquê.
"É que eu engordei, é que eu não sou tão legal, é que ela é bi e só pega caras bonitinhos com rostinho de menina, é que..."
Lembro que não consegui pegar no sono até que os pensamentos me destruíssem aos poucos e também não consegui chorar e não podia gritar (são 6h da manhã, quando chego). Minha mente, melhor amiga ou maior inimiga, escolhe virar inimiga de vez e, pouco antes de cair num sono bêbado, entro num loop de pensamentos negativos, minha auto-estima vai à merda e, desde então, é isso. Não tenho saído de casa, ignoro as ligações da minha ex-namorada que deve virar fuck buddy em pouco tempo (assim espero) e evito contato com mulheres.
Por que escrevi isso aqui? Ah, é que hoje fazem 2 semanas e um pouco mais (parece que durou uma estação inteira, um inverno...sem ninguém pra esquentar seu pé, saca?) que aquilo aconteceu.
Não esqueci do rosto dela, não esqueci do nome dela (afinal, tô stalkeando pelo Facebook) e tô morrendo de medo de sair hoje e conhecer outra Luíza, que pode ser Carol, Isadora, Larissa, Daiana, Melissa, etc, etc, etc, etc, etc...
terça-feira, 10 de abril de 2012
volta
sacar o modus operandi da vida
e enfrentar desafios
sem esforços homéricos
é paratodos.
ter medo de surtar
toda vez que bota a cabeça
na porra do travesseiro
isso sim
isso é paramim.
sexta-feira, 23 de março de 2012
enjoo
sobre o refluxo de pensamento
que eu tô regorgitando
tudo que já aprendi
jogando no ar
é meio nojento
não há nada que seja
genuinamente
original.
terça-feira, 21 de fevereiro de 2012
carnaval
passo por tudo
sem nada ver
meio que sinto
e agora
(isso é recente)
meio que escondo
de mim mesmo
(isso é o pior)
quero sair
de mim
quero sair
de todos
quero pular
de tudo
só um pouquinho
pular
no meio
desse carnaval.
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