quinta-feira, 10 de maio de 2012

Hoje vai ser bom, eu sei!


Saí.
Saí, porque era dia de sair, não tinha nada de muito novo. Não era um dia especial, o dia não teve cores ou luzes especiais que me fizeram enxergar algo além do que eu já tinha enxergado ao longo da minha curta e (de ruim a) medíocre vida. Vai ver foi por isso mesmo que eu saí, pra achar algo novo...
Marquei de encontrar com os amigos em frente ao Burger King pra comer algo antes de ir pra balada e não beber de barriga vazia que, aprendemos na pele e depois de sucessivos erros, não é uma boa ideia. Como sempre, alguém chegou atrasado (na verdade, todos), eu cheguei meia-hora depois do combinado ("nunca seja o primeiro ou o último", alguém me disse) mas não fui o último. Aí foi todo mundo comer, menos a namorada chata do meu amigo que além de vegana é arrogante e quer impor os hábitos dela ao namorado ou a qualquer um que esteja à volta. Depois de algum esforço, ela entrou, sentou e, então, começou a reclamar do cheiro de carne queimada e tudo mais (ainda bem que sou bom na arte do foda-se).
Saindo do King, o grupo que era de 6 pessoas (3 gurias, 3 machos, mas só 1 casal) foi em direção ao metrô ali da Carioca pra se encaminhar à zona sul. O trajeto não teve nada que mereça ser relatado (se é que algo aqui merece...), só o comentário da namorada vegana babaca que me disse que eu tinha engordado bastante nesse período que eu tava em casa e fui até educado com ela, respondendo: Que pena =/ .
Chegando na fila da balada, percebo uma garota bem bonita olhando na minha direção, mais exatamente pra minha camisa da Factory 51, mas não  faço nada. Depois de uns 5 minutos, ela vem e me fala "Sua camisa é muito foda!". E daí seguiu-se a conversa:
"É bacana mesmo! Gosto dela...você curte New Order e Joy Division?"
"Claro! Eu sei da Haçienda e da Factory por causa daquele filme, 'A Festa Nunca Termina', já viu?"
"É só um dos meus filmes preferidos, caralho, vamo pra algum lugar que eu te como enquanto a gente vê o filme, sua linda (é claro que eu não disse isso, falei que já tinha visto e que nunca tinha conhecido ninguém que curtisse)."
Conversamos mais alguma coisa e consegui o Facebook dela, essas coisas, daí ela se virou pras amigas e voltou a conversar com elas. E eu volto também pros meus amigos, que dizem "Cara, chega logo nela, você não vai encontrar com ela lá dentro!" Respondo:
"Caralho, vou chegar na guria na fila mesmo?"
"É, caralho!"
Como eu já queria fazer isso mesmo, só me faltava coragem e alguém pra dizer "Cara, não tem problema chegar na mulher na fila, você não vai parecer ansioso demais". Então, dou mais um gole na minha Stella e vou falar com ela de novo.
"Então, a gente se deu bem, né? E eu tava pensando (olho pra ela e me inclino de leve)..." E aí a filha da puta...
"Cara, você é muito legal mesmo, mas não dá." Eu, brochado, puto, sei lá, pergunto:
"Você é lésbica e essa sua amiga aí do lado não é só amiga, é isso?" E a vadia responde:
"É, desculpe despertar expectativas =/"
(   =/ ?             _|_ pra você, sua escrota, não preciso de você)
Na hora, aquilo me desperta uma certa frustração, mas nada significativo (agradeço aos mestres cervejeiros belgas pela dormência emocional do momento). Volto pros meus amigos, que estão com uma cara de decepção parecida com a minha e recebo um tapinha nas costas "Não foi essa ainda, calma. Tem muita mulher melhor aqui...olha só aquela ali!" Eu olho sem entusiasmo mas elogio a bunda da garota, porque é o que um homem faria, não é mesmo?
Chegando lá dentro, desanimado pela experiência lá de fora, fico meio dançando, meio curtindo, meio conversando com os amigos e é isso. Depois de algumas horas, avisto a guria conversando com um cara (aparentemente, tão entretida como tava comigo), cara bonito, aliás, bem melhor que eu, eu sei. E, então, ele pega na cintura dela e eles começam a se beijar (com vontade, é bom falar também, bastante vontade, como se ela estivesse precisando disso há algum tempo). E aí meu estado emocional vai de desanimado para melancólico para raivoso para melancólico de novo e fica variando entre puto e triste (essa é a hora em que a cerveja não ajuda, pelo contrário, no meu caso). E aí bebo demais, xingo a namorada vegana babaca que virou "filha da puta que manipula meu melhor amigo, que já não é mais melhor amigo por sua causa" e não lembro como cheguei em casa. Lembro que fiquei tentando processar o porquê.
"É que eu engordei, é que eu não sou tão legal, é que ela é bi e só pega caras bonitinhos com rostinho de menina, é que..."
Lembro que não consegui pegar no sono até que os pensamentos me destruíssem aos poucos e também não consegui chorar e não podia gritar (são 6h da manhã, quando chego). Minha mente, melhor amiga ou maior inimiga, escolhe virar inimiga de vez e, pouco antes de cair num sono bêbado, entro num loop de pensamentos negativos, minha auto-estima vai à merda e, desde então, é isso. Não tenho saído de casa, ignoro as ligações da minha ex-namorada que deve virar fuck buddy em pouco tempo (assim espero) e evito contato com mulheres.
Por que escrevi isso aqui? Ah, é que hoje fazem 2 semanas e um pouco mais (parece que durou uma estação inteira, um inverno...sem ninguém pra esquentar seu pé, saca?) que aquilo aconteceu.
Não esqueci do rosto dela, não esqueci do nome dela (afinal, tô stalkeando pelo Facebook) e tô morrendo de medo de sair hoje e conhecer outra Luíza, que pode ser Carol, Isadora, Larissa, Daiana, Melissa, etc, etc, etc, etc, etc...

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