segunda-feira, 20 de outubro de 2008

É possível que eu já tenha postado essa música aqui,mas...


MORRO DOIS IRMÃOS
(Chico Buarque)


Dois Irmãos, quando vai alta a madrugada
E a teus pés vão-se encostar os instrumentos
Aprendi a respeitar tua prumada
E desconfiar do teu silêncio

Penso ouvir a pulsação atravessada
Do que foi e o que será noutra existência
É assim como se a rocha dilatada
Fosse uma concentração de tempos

É assim como se o ritmo do nada
Fosse, sim, todos os ritmos por dentro
Ou, então, como uma música parada
Sobre uma montanha em movimento

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Sobre a linguagem

Estava tranqüilo,na minha,e de repente me surge uma reflexão:a língua.Não aquela que fica na boca,mas a linguagem.
Pensei sobre os blogs portugueses que tenho visto e o quanto demorei pra ter certeza de que não eram blogs brasileiros.Vendo o quanto os dois portugueses,o brasileiro e o de Portugal,ainda são próximos,comecei a pensar na linguagem de uma maneira geral.A mesma língua que nos permite a expressão dos mais nobres sentimentos,reflexões e vontades é a mesma que transforma alguns em ignorantes e alienados.O analfabetismo isola as pessoas em um outro mundo e a partir daí fica muito difícil conectar-se com uma outra realidade:a do conhecimento.E essa mesma língua,ainda nos impõe outra barreira:como expressar sentimentos indefiníveis,indescritíveis?Muitos deles até podem ser descritos mas,muitas vezes,não com a mesma intensidade.Essa é uma das grandes dificuldades para um poeta.Como transpor essa barreira entre sentimentos e a representação deles através da língua?E nesse misto de reflexões e conclusões,lembro-me de outra coisa bem interessante:não existe no inglês um sinônimo direto para a palavra "saudade".Existem verbos ou adjetivos que só podem ser usadas em situações específicas como:miss ou homesick(saudade de casa).Observando isso,vê-se mais um obstáculo:as disparidades entre as línguas,o que faz muito sentido já que as pessoas sentem necessidades de expressar coisas diferentes em cada lugar,apesar de eu ter a impressão de que todos são bem parecidos em todo lugar do mundo.Mesmo com obstáculos,barreiras e empecilhos,o conhecimento de diferentes línguas continua sendo fascinante.Aqui no Brasil,na Indonésia,em Portugal,na Islândia ou em qualquer outro lugar.

Texto confuso,mas foi muito bom ter escrito isso!

Ah,Klaxons é muito bom!Gravity's Rainbow é o auge!

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Sobre a tentação do regresso

Eu já pensei em voltar.Sim,repito.Eu já pensei em regredir.Eu acho que a maioria das pessoas não considera um regresso,pelo contrário.Na hora do afogamento,agarra-se à primeira tábua que se vê.E minha situação foi assim.Eu poderia despencar do prédio de minhas seguranças e cair na lama da obviedade.Não.Não voltei e não vou voltar tão cedo.Eu poderia ter lido a Biblia,eu poderia ter lido o Evangelho e ter pedido soluções a quantos deuses eu quisesse.Não funciona comigo.Acho que,no fundo,nunca funcionou.Sabe o que adianta?Chamar a responsabilidade pra si e ter maturidade o bastante pra refletir e achar soluções.Não adianta ficar esperando por respostas de seres superiores,inferiores ou de não sei onde.Depois de ter visto Catolicismo,Protestantismo,Espiritismo,Umbanda,Wicca e até Satanismo,eu descobri uma coisa.Talvez essa seja a resposta mais importante da minha vida.Eu sou o meu próprio Deus.Acho que as pessoas fogem dessa resposta,né?No fundo,independente da sua crença,quem dita o que é certo ou errado,feio ou bonito é você.Sempre.Mesmo que você seja um ignorante fodido hiper-manipulado(a maioria).Então,eu já refleti demais e já li demais sobre religiões pra simplesmente me agarrar a uma entidade qualquer na hora do sufoco.Não adianta.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Universo Paralelo

Eu morri,ninguém me avisou,fudeu.Eu comecei a perambular por aí,me achando vivo e grande como sempre fui.Eu só me dei conta de que estava morto quando não consegui apertar a camapainha do prédio.A minha morte-viva durou dois dias,coisa de retardado,né?Não perceber que já morreu é foda.E quando você se dá conta que já bateu as botas,virou fantasma,espírito e o caramba?Pra onde se vai?Você vai pra um lugar muito legal.Várias pessoas que você gosta estão por lá.Sabe aquele teu avô que dá muita saudade?Ele tá lá.Sabe aquele ídolo,já morto,que você tem vontade de perguntar várias coisas?Ele está lá.Mas como a vida na Terra,têm uns fatores bem desagradáveis.Pra ficar nesse lugar legal,que depois você descobre que é coisa inventada pela sua mente e você não está vendo ninguém de fato,você tem que pagar um aluguel.O aluguel é pago com trabalho.Como se trabalha nesse mundo paralelo?Você tem três opções:varrer as enormes escadarias desse lugar que pode ser céu,plano espiritual ou sei lá o quê,pode vigiar a vida de algumas pessoas pro carinha que chamam de Deus e anotar os fatos ocorridos(claro,o trabalho mais disputado e que não consegui pegar até agora)ou não fazer nada.Entendam,fazer nada aí embaixo é muito bom,fazer nada aqui é muito chato.Muito chato mesmo.Você é obrigado a ficar imóvel por 4 horas,duas vezes por semana.Uma merda,né?Aí surgem várias perguntas como:e se eu disser um foda-se pra essa realidade de merda,o que acontece?Você vai pra um lugar muito ruim,Mercúrio.É um calor infernal e ainda tem um maluco que,de vez em quando,cisma de te dar umas chibatadas.E também surgem as perguntas de alto teor existencialista:eu sofri na Terra pra isso?O fim de toda a vida na Terra é isso?Sim.E não tem nada que se possa fazer.A realidade é uma merda.Na Terra ou aqui.Antes eu achava que viver era uma merda e morri.Só piorou.

Sobre Amity

É verdade.A música nem é tão boa assim.Mas eu viciei na tal da música.Peguei o XO do Elliot Smith só por causa da tal da Amity,que primeiramente imaginei ser nome de mulher mas depois saquei que poderia ser uma palavra do dicionário,e era.

Definition for amity:
formal friendship, especially between countries [≠ hostility]

Mas a parada é que Elliot Smith é legal pra caramba e eu gosto cada vez mais de bandas e músicos ingleses.Esse tempo nublado ajuda também.
Hoje fiz as coisas que tinha que fazer,mas continuo no Complexo da Anti-concentração/Desânimo causada pela falta de violão.
Às vezes tenho vontade de viajar,de começar a fumar e beber.Eu preciso relaxar.É sério.
E eu quero fazer um movimento chamado:I LOVE (Brazil).Vou explicar a idéia.Hoje na aula de História,o professor disse que algumas cidades(exemplos citados:Rio de Janeiro,Nova York)fazem com que as pessoas criem camisas como:I LOVE NY ou Amo ser carioca.A Questão é,se houver um movimento para que todas as pessoas amem o seu lugar de origem,elas vão se esforçar para investir no lugar e vão se dedicar a ele.De bairro em bairro,de município em município e,por fim,de estado em estado,o país vai crescer aos poucos porque vai ter pessoas lutando por ele com seu patriotismo.Na verdade,é uma utopia fodida numa esperança de maior patriotismo por parte dos brasileiros(que podem vir a se tornar brasilianos por motivos outros).

Ouvindo XO do Elliot Smith.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Sobre a falta do violão.

Eu me perdi.O violão foi pro conserto e eu não tenho como liberar angústia,tristeza e melancolia.Fotografia e literatura não solucionam o meu problema,mas a música sim.Ah,a música!Como eu sou dependente dela.Em menos de uma semana que estou sem o violão e já me sinto completamente desesperado.Inseguro,triste,apático,decepcionado e descrente.O violão fica pronto sexta-feira e a prova é no domingo.Não tenho conseguido sequer estudar direito e agora é o momento em que mais preciso estudar.Domingo é A PROVA e essa semana tem as provas da escolaridade.Até sexta-feira,sinceramente,eu vou estar perdido.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Sobre a vontade de seqüenciamento

Eu quero que tudo tenha lógica.Eu sento,reflito,me esforço,destruo,estrangulo meus neurônios e,nem assim,acho resposta pra tudo.Canso.Na verdade,cansei.Pra que resposta pra tudo?As coisas nem sempre precisam ter fim ou resposta.Por hora,tem me servido.Outra vontade,talvez a maior de todas as minhas vontades,é a vontade de seqüenciamento.Eu quero que as coisas sejam como uma Progressão Aritmética,exatamente isso,não tão rápido quanto a P.G. e possui uma razão,uma continuidade garantida.Mas os acontecimentos da vida,pelo menos da minha,constituem uma P.G.,que na verdade não é uma P.G. porque não tem "razão".E aí?Na ansiedade pra que as coisas dêem certo,elas passam correndo e acontecem simplesmente.Sem controle.Seria interessante ou engraçado,sei lá,sentar e conversar com o Tempo.Se o Tempo pudesse ser materializado,seria uma figura irônica e risonha.O Tempo é como a água.Quando você pensa que pode segurar,já escapou entre suas mãos,ou,quando você pensa que vai se salvar,volta a se afogar nela.Analogias são coisas legais,você pode passar um bom tempo fazendo.Mas voltando à questão do seqüenciamento,as coisas deveriam ter sempre uma continuidade bonita e alegre,mas a vida tem ritmo descontínuo e feio.Escrever é bom,independente do que você escreve.Por exemplo,esse curto momento que passei aqui,escrevendo esse texto,foi uma das coisas mais agradáveis que fiz no ano.

Um texto meio sem querer,mas que foi muito agradável de se escrever.Sintam-se leves ao lê-lo.
Feito ouvindo parte do Ok Computer.

domingo, 5 de outubro de 2008

Sobre alienígenas fazendo filmes caseiros

Um dia,eu estava assistindo um programa com entrevistas com pessoas importantes no Second Life.O que eu lembro é que,uma das pessoas,era a dona da PixelDolls.A PixelDolls é como se fosse a Dolce & Gabbana do SL.E essa mulher,jogadora do SL desde os primórdios do jogo,começou a ganhar muito dinheiro com a loja virtual.Além disso,ela conheceu o seu namorado,noivo,marido,sei lá pelo jogo.E ele também ganha muito dinheiro lá.Os dois compraram até casa só com o dinheiro do jogo.A partir dessa temática do Second Life,na qual as pessoas se envolvem demais,podemos refletir sobre o nível de distanciamento da sociedade atual e futura.Uma das entrevistadas dizia que não gostava de comprar roupas na vida real,só no jogo.Com isso,você vê pessoas que realmente deixam de viver fora do SL.O que está acontecendo é uma formação de alienígenas.Pessoas que vivem em suas casas e em uma determinada cidade,mas na verdade,não vivem essa vida.Cada vez mais,as pessoas se isolam em suas casas e lá dentro têm tudo de que precisam.Até a sua vida social.

Pra entender o porquê do título:

SUBTERRANEAN HOMESICK ALIEN - RADIOHEAD
The breath of the morning
I keep forgetting
The smell of the warm summer air

I live in a town
Where you can't smell a thing
You watch your feet
For cracks in the pavement

Up above
Aliens hover
Making home movies
For the folks back home

Of all these weird creatures
Who lock up their spirits
Drill holes in themselves
And live for their secrets

They're all uptight
Uptight.. (x7)

I wish that they'd swoop down in a country lane
Late at night when I'm driving
Take me on board their beautiful ship
Show me the world as I'd love to see it

I'd tell all my friends
But they'd never believe
They'd think that I'd finally lost it completely

I'd show them the stars
And the meaning of life
They'd shut me away
But I'd be all right
All right..

I'm just uptight
Uptight.. (x7)

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Fim-de-vida

Todo dia é um fim-de-vida.Pela tristeza e pela apatia dos dias.Todo dia é uma simulação do dia pré-morte.A rotina é cansativa,os dias são curtos demais,os amigos você não aproveita e a melancolia você sente.Todo dia é um fim-de-vida.Seja porque cada dia a mais é um a menos,ou pelo fato de que tudo é mórbido e efêmero.Tudo é tão raso e feio e sem expressividade e sem.Tudo é sem.As coisas não vivem,as coisas não têm.As coisas não são.O que há é a falta.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Sobre a incapacidade de ser impessoal

Os últimos textos postados no blog falam sobre mim,isso faz sentido.É o meu blog.O problema é que antes,tinham textos que falavam sobre mim e outros que eram a minha opinião acerca de algum assunto.Percebam,o segundo gênero de textos citado desapareceu do blog.Eu tenho me sentido tão incomodado com a minha personalidade que quando sento em frente ao computador,só quero escrever sobre isso.Isso é muito ruim.Antes,os meus textos do blog poderiam até servir de inspiração para futuras dissertações escolares bonitinhas e legais.Hoje,isso é inviável.Por que?Porque eu tenho sido incapaz de ser impessoal.Até esse texto é pessoal demais.