domingo, 28 de dezembro de 2008

Insensato

Eu ando por campos bonitos.Vejo cavalos e éguas.Eu vejo bois e bezerros e vacas e a grama não cortada.Eu vejo o desleixo do dono desta propriedade,apesar de o campo ser naturalmente belo.A grama não é cortada,os animais correm soltos e tudo é tranqüilo.Assim era a fazenda do meu tio.Não um lugar bem tratado,com grande produção bovina.Não era uma grande negócio.Era apenas um hobbie temporário.E eu percebia que meu tio já estava cansando daquilo.Sabendo disso,eu perguntei:
_Por que você não desiste disso tudo aqui?Você nem precisa fazer isso e,além do mais,não parece mais sentir prazer em cuidar dessas terras.
E ele respondeu:
_Eu preciso fazer isso porque foi uma meta estabelecida:fazer um negócio dar certo,mesmo depois de aposentado!
Eu,cansado da rotina de trabalho,deixei-o e só voltaria a insistir depois de alguns meses.Já fazia tempo que meu trabalho estava sendo cansativo demais,eu não me agüentava mais de tanto cansaço.E viver na minha casa era extremamente estressante,então decidi morar na fazendo com os meus tios por um tempo.
Apesar do desejo de tranqüilidade,aquele lugar parecia demasiado apático pra mim.Com o tempo,a mistura entre o cansaço do trabalho e a apatia de casa me deram uma inércia inexplicável.Já não conseguia me mover,não por doença nem nada,mas por desânimo.Para acabar com isso,passei a sair com os poucos amigos que me restavam toda sexta-feira.Conheci muita gente legal e encontrei uma garota que deveria me manter satisfeito com minha vida durante os próximos anos.Só que aconteceu algo estranho.
Ao sair da casa dos meus tios pela manhã,para ir ao trabalho,logo na porta,sinto um baque muito forte e meu corpo vai de encontro ao chão.E,de repente,estou assistindo de um lugar bem alto,o meu antigo corpo mover-se.Depois de horas sem nada entender,eu aceito:saí de meu corpo e agora apenas devo observar.E foi o que fiz por uma semana.
A visão não me agradava.Eu me achava mais bonito,mais interessante mas não.Eu era exatamente o que estava vendo ali.Seja lá o que tinha tomado o meu corpo,fazia as mesmas coisas que eu,falava as mesmas coisas que eu,enfim...era eu,só não sei como se deu o processo.Espiando atentamente cada passo,cada movimento e cada atitude,percebi quão vazia era minha vida.A minha namorada era uma idiota ignorante.Eu nunca fazia coisas realmente úteis para o universo.Era uma vida feia e egoísta.Eu só me sentia feliz por não estar lá,sendo aquele ser detestável e artificial.Logo que pude terminar essa reflexão,minha consciência foi enviada de volta ao corpo pela entidade responsável.
Agora eu estava mais inerte ainda.Decepcionado com o monstro vazio criado pelos meus pais.Eu tinha vergonha deles também por não terem me ajudado a me desenvolver de maneira a ser melhor do que era agora.E no ápice do meu desespero,tomei uma decisão:eu morro hoje,renascerei outro.Sem os amigos,sem a namorada,sem a família,sem mim.Naquele dia mesmo,pedi demissão,despedi-me dos meus tios,mandei uma carta aos meus pais(pra que só chegasse alguns dias depois,caso eles quisessem impedir-me),terminei com minha namorada e apaguei do celular os números de telefones dos amigos.Era um novo ser em um novo mundo.E como todo bebê,eu estava perdido,imerso em minha "re-ingenuidade".Não sabiá por onde começar,só tinha uma pergunta em mente:"O que posso fazer para tornar o mundo melhor?".A resposta não veio rápido.Peguei um ônibus para ir ao centro da cidade e me informar melhor sobre o que acontecia à minha volta.Li o jornal inteiro,compre revistas de filosofia e vi quão ruim era o ensino em minha cidade.Com apenas meu ensino médio,decidi ser professor voluntário de uma ONG em uma favela qualquer.
Com o tempo,ao invés de achar cada vez mais natural,toda a violência e brutalidade daquela periferia só me horrorizavam mais e eu passei a ver um futuro bandido em cada aluno meu.Como covarde,que sempre fui,não tive forças pra tentar educar essas crianças e evitar que se tornassem marginais.Desisti.Foram os dois anos mais complicados da minha vida.Todo aquele conflito...os livros de pedagogia e filosofia não tinham nada a ver com as situações que via todos os dias.Eu ia de Nietzsche a fuzis.De Paulo Freire a crianças fumando maconha.Essa foi minha realidade por dois longos anos.E como me sustentei nesse tempo?Essa ONG,era bem pequena,mas alguns professores voluntários haviam criado uma espécie de república bem próxima a comunidade a qual a gente atendia.Eu vivia lá e o dinheiro pra comer conseguia trabalhando como caixa em um restaurante Fast-Food.Quando desisti de dar aulas,pensei:"Como esses hambúrgueres chegam a esse restaurante?Será que pertence a uma fonte confiável?E quão saudável é esse sanduíche gorduroso?"Comecei a pesquisar sobre redes de Fast-Food e me informei melhor.Descobri que a carne bovina vinha com pequenas contaminações às vezes e que as redes de Fast-Food são das intituições que mais recebem processos por ano.Descobri que,obviamente,aqueles sanduíches não eram nem um pouco saudáveis e resolvi,não parar de trabalhar lá,pois senão não haveria dinheiro,mas fazer campanhas contra esse tipo de comida.Consegui juntar cinco pessoas,das quais 3 eram professores da minha ex-ONG e as outras duas eram amigas dos professores.Fazíamos campanha na porta de outros restaurantes e distribuíamos panfletos.Engajei-me na causa,tornei-me vegetariano,só havia um problema:o fato de trabalhar num Fast-Food.Meus companheiros de protesto,que agora já eram 10,achavam excessivamente contraditória a minha situação e,por fim,acabaram me expulsando do meu próprio projeto,alegando que eu era um hipócrita qualquer que só queria aliviar a culpa por fornecer aquele tipo de comida às pessoas.Era o meu fim,pensei.Eu tinha algo maior,que fizesse diferença na vida de muito mais pessoas.Fiquei cansado novamente,apático e melancólico.Nada que eu fizesse dava certo.Fui tomado por um pessimismo digno de Schopenhauer.Eu tornei-me tão desiludido com a vida que havia atingido o mesmo estágio de antes.Só que dessa vez foi pior.Eu havia enlouquecido!Comecei a ter depressão,com ela,as constantes mudanças de humor,não podendo sequer trabalhar.Todo o dinheiro que sobrou,gsatei indo a consultas psiquiátricas,só não havia mais jeito.Eu estava tomado pela insanidade.Fui parar em um sanatório,onde morei por 3 anos,até morrer.Hoje morto,tenho consciência o bastante para escrever isso aqui.Morri com 34 anos e meus pais nem sequer me procuraram naquele tempo,acho que respeitaram demais a minha decisão ou queriam se ver livres de mim.Se era a segunda,conseguiram.Aqui em cima é engraçado e,sem dúvida,muito melhor que aí embaixo.Estou mais feliz e mais bonito morto.Eu sou morto e quero estar morto para sempre.Viva a morte!E nela que se encontra a paz.

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Perguntas

Qual é a graça?Ainda tem graça?Sobrou alguma?Acho que não.Sim,as coisas já perderam o sentido faz tempo.Não há vontade de continuar.
E a inspiração?Foi-se.
A vontade?Persiste.
É suficiente?Não parece.
O que há de inspirador na minha vida?O que há?Não enxergo.
Algum diálogo com alguma pessoa faz de mim um ser melhor?Não.
A minha rotina,o que vejo,o que está a minha volta parece inspirador?Nem um pouco.
Chega.Eu já não vejo.Devo insistir?Sim.
Será apenas questão de mudar a minha visão sobre as coisas?Sim.
Mas as coisas estão realmente ruins?Sim.
Isso é um jogo da minha mente?Sim.
Por que,Consciência,brincas tanto comigo?É bom.
Bom pra quem?Não sei.
Eu vou chegar louco ao final de meus dias?É provável.
E por quê?Porque você merece.
Por que eu mereço?Encarnações passadas me condenam?Maltratei alguém durante a minha primeira infância propositalmente?Não.Você foi escolhido e ponto final.Não adianta fugir.Eu peso em ti e sempre pesarei.Todo o conhecimento,senso crítico e visão-de-mundo adquiridos serão o que te eleva e também o teu fardo.Eternamente.
E se eu me reconstituir?Matar essa personalidade?Já tentaste?É impossível,tolo.
Mato-me?O punhal está ali.
Obrigado.
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É enorme a confusão do texto anterior.Fragmentado,confuso e é isso.Eu só queria dizer que não consigo mais enxergar beleza na vida.Existiam coisas que me inspiravam.Eu tinha o meu pai pra conversar sobre inúmeras coisas,conversando com ele toda noite,eu via beleza na vida.Ele me ensinou a não lidar de maneira tão negativa com a vida,mas cadê ele agora?Está em São Paulo,eu aqui.Pelo telefone funciona?Um pouco,mas não é a mesma coisa,isso é sem dúvida.Toda essa angústia surgiu porque ele está aqui desde o dia 24 e só vai embora na Segunda-feira.Hoje a gente teve um daqueles diálogos,que costumava ser diário,e eu percebi o quanto as coisas eram mais fase há 3/4 meses atrás.Eu lembro que desde que ele foi,minha vida cultural morreu.Eu lembro que toda Sexta-feira,ou quase toda,estávamos procurando por algum filme ou peça teatral no CCBB aqui do Rio.Eu lembro o quanto eu tenho que me rebaixar pra não ter que brigar com a minha mãe,para conseguir suportar toda a futilidade e todo o vazio que ela representa.Como pode ser uma mãe o símbolo-mor de futilidade na vida de um filho?Tenho sentido tanta vontade de dizer:
_Eu quero uma mãe,não uma empregada,não uma babá.
É assim que sou tratado.Ela lava,passa,cozinha,é ótima dona-de-casa.Quando eu era pequeno,todos me achavam lindo por ser tão arrumadinho e tudo mais.Mas ela se sacrifica por mim?A preocupação dela comigo só acontece a nível de proibição.Sempre proíbe.Na hora de me levar a algum lugar:não pode.Proíbe mas não esforça-se para que eu possa ir nos lugares de acordo com as condições que ela mesma impõe.Quanto tempo da minha vid eu passei tentando me impôr frente a ela?Quantos noites na minha infância o chuveiro ficou encharcado de lágrimas e catarro,de choro de raiva.De choro de nojo.De choro de desgosto.De choro.Quanto eu poderia ter aproveitado a mais da minha vida,se não fosse pelo medo de pedir pra sair.Eu tinha medo de pedir pra sair,pelo estresse causado pela situação.Só ao pedir,ela ficava irritada.Quanto tempo eu perco escrevendo sobre o quanto ela só me puxa pra trás?Quantos posts nesse blog são culpa dela,direta(como esse aqui) ou indiretamente.Tudo que me incomoda na minha personalidade está ligado a ela(frase provavelmente já escrita outras vezes por aqui).O quanto deve ser um saco entrar num blog e ver reclamações babacas tão pessoais,em vez dos textos de teor filosófico e útil para o resto da sociedade,que reinavam no início do blog?Ou será que se sente prazer no sofrimento do outro?Sentem conforto ao ler isso?Respondam,por favor,como sentem-se ao ler isso.Acho que o sofrimento alheio sempre foi um comforto pra mim.Algo do tipo:
_Eu não estou tão sozinho assim.
Sempre.Quer dizer,sempre,até o dia em que eu parei de ter tempo pra isso.O que ocorreu faz uns dois anos.E o Natal de vocês?De vocês que lêem?Foi bom?Respondam.O meu foi,obrigado.Eu joguei videogame e comi bastante.Qual é o sentido do Natal,mesmo?Aniquilar a importância de festas pagãs que ocorrem na mesma época?Ser o símbolo máximo do consumismo desenfreado,perdido e descontrolado?Por que ninguém admite isso?Por que quandos meus familiares me abraçaram ao desejar Feliz Natal,eles falaram:"Feliz Natal.Que seus caminhos sejam iluminados,que você continue sendo esse menino abençoado."?
Por que?Por que?Por que?Por que minha mente resolveu processar esse monte de perguntas,às duas horas da manhã do dia depois de Natal?Será por que a minha prima está aqui?Será que é porque eu lembro dos três anos em que ela morou aqui e eu fui o irmão mais novo?Será que eu lembrei inconscientemente do que aqueles três anos causaram em mim?Será que estou gostando de me sentir protegido de novo?Será que se eu tivesse continuado como irmão mai novo,sem tanta obrigação de ter sucesso,eu teria seguido o caminha que segui?Isso importa agora?Quantos pontos-de-interrogação existem nessa postagem?Como eu consegui chegar a 104 postagens?Eu queria que esse blog durasse,mas não acreditava muito na duração dele.Hoje ele é necessário.Totalmente.Excessivamente necessário.E eu vou ficar triste quando meu pai voltar pra São Paulo,na Segunda-feira?Quão triste?Triste a ponto de escrever mais do que hoje ou a ponto de chorar e,com isso,resolver meus problemas.
Outro assunto me veio a mente agora.Ao falar de chorar,lembrei disso.O "chorar" deveria ser usado como terapia.Como chorar é bom,quer dizer,quando precisa aliviar alguma mágoa.Eu já pensei em chorar todo dia,seria fácil até,mas acabei não levando à frente.Chorar ajuda.Eu poderia tentar ser pioneiro em "Choroterapia" ou "Lagrimoterapia".Já deve existir algo do tipo,eu só precisaria me especializar,fazer vários cursos em cima disso e investir bastante.Seria uma pequena área dentro de psicologia.Mas será que eu teria equilíbrio pra lidar com a mente de outra pessoa?Caso você conversasse comigo um dia desses,pessoalmente,provavelmente diria que sim.Lendo meus textos fica claro meu desequilíbrio.Ou será que todo mundo é desequilibrado,só não escreve(como eu) ou não compõe músicas(como o Thom Yorke,a Bjork,a Beth Gibbons)?Claro,não querendo me comparar,em textos,aos compositores acima,em música.Com certeza,não.Ou sim?Qual é a distância entre os autores e compositores conhecidos e os que estão sentados atrás de telas de computador,escrevendo para 5 pessoas?A diferença é a sorte?É o empreendedorismo?É alguma clareza a mais de pensamentos?Quem sabe?
Por falar em "Quem sabe",o Los Hermanos tem planos pra volta em 2009.Sim,o show de despedida foi só uma puta jogada de marketing,como já era esperado por mim.O Amarante declarou em uma conversa com um blogueiro desses aí,em um bar antes do show do Little Joy que a banda voltaria pra fazer um show de reunião e,depoi,só sairía de estúdio com um cd pronto.Que felicidade!"Quem sabe o que é ter e perder alguém?"Eu não sei.Realmente,não sei.Até sei,só que de maneira bem sutil.Pensando no significado de relacionamento afetivo,namoro que a música tem.O post ficou grande demais?É mesmo?Deve ser porque...é Natal!Na verdade já não é mais,por estar de madrugada mas o espírito natalino é recente,o cheiro de Natal não está muito longe.
Eu pensei em cheiro e pensei também em cheiro ruim,cheiro de lixo,lembrei de outra coisa.Os lixeiros estão em greve de novo por aqui.Eles estão de sacanagem,de novo.Deveria eu ver o lado deles?Deveria eu enxergar que é correto,da parte deles,reivindicar?Ou eu fico daqui,só vendo o meu lado e o quanto é ruim ter a rua com lixo?Principalmente,em dias de chuva,como todos já sabíamos que iriam acontecer ao decorrer da semana.Há riscos de alagamento,contaminação por tétano,leptospirose e várias outras doenças,juntando-se o lixo nas ruas com a chuva empoçada nas ruas.O lixo entope os bueiros,ocorrem alagamentos,as pessoas morrem e os lixeiros ganham mais dinheiro.Quem é egoísta aqui?Também lembrei do descuido das pessoas,deixando lixo nas ruas,jogando em qualquer lugar,causando também os acidentes citados acima.Pessoal,pára de jogar lixo na rua.Há lixeira.Conscientizem-se.É tão óbvio.Nem sei se deveríamos chamar de consciência.É instinto de auto-preservação.Mas nem instintos úteis e inteligentes tem esse povo bárbaro,retrógrado,ou melhor,burro.As pessoas daqui são detestáveis.Eu não sei se estou falando de São Gonçalo,do Rio de Janeiro ou do Mundo.Eu gostaria de viajar pelo mundo pra saber como são as pessoas.Eu fui à Zona Sul de São Paulo,que fica a não mais de 6 horas daqui(por meio viário) e descobri que existem pessoas mais educadas,com hábitos mais bonitos.Há esperança.Há esperança?

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Não sinto como se tivesse algo a dizer.Não sei se essa sensação existe,na verdade.Mas eu acho que não tenho assunto.Eu poderia falar desse final de ano.Sobre como o brasileiro não sabe planejar nada e,por isso,em vésperas de Natal as ruas ficam lotadas.E costuma chover bastante nessa época do ano por aqui.Já que os nossos maravilhosos compatriotas não sabem se precaver,os lugares ficam alagados e milhares de pessoas perdem casa,amigos,família.Tudo que acontece de ruim no país é culpa do povo.Claro,isso é bem óbvio.Mas tem gente que acha que não.É sempre culpa do governo corrupto,que é malvado e rouba todo mundo.Vamos lá.Quem não reivindica seus direitos(porque não os conhece)e se deixa manipular a todo o tempo por esses governantes?A resposta não é muito difícil.Eu já escrevi muito isso aqui no blog,em textos passados,mas falta às pessoas,coragem,honestidade,sinceridade,humildade...realmente falta muita coisa,mas todas essas características citadas anteriormente têm a ver com "chamar a responsabilidade para si","admitir a culpa".O povo acovarda-se na hora de admitir que é tudo culpa nossa.
Outra coisa que eu acho estranha é essa estória de que o Brasil é um país "emergente".Eu não sei,mas país emergente há quase vinte anos,já deixou de ser emergente.Ou não?Não entendo o bastante disso pra falar com certeza.O Brasil tornar-se potência mundial seria um grande marco.Seria a primeira nação que foi uma colônia de exploração a tornar-se poderosa.Seria um sinal de esperança pra todos os outros países latinos.Acho que pode acontecer,sim,com o tempo.Daqui a 50 anos ou mais,o Brasil pode vir a se tornar uma potência econômica.Falta reformar completamente o sistema de ensino público,pra que a população cresça junto com o país,diferente da época do "Milagre Econômico" brasileiro da década de 70,diferente do que vem acontecendo.As coisas têm melhorado.Acho o Lula um presidente muito melhor do que foi o FHC.Apesar disso,ainda existem alguns que insistem em dizer:
_Mas ele nem sabe ler.
O Fernando Henrique Cardoso era extremamente culto e havia estudado bastante,mas de nada adianta tudo isso.Quanto mais estudado for o governante,melhor ele irá manipular o povo,pelo menos é o que acontece aqui no Brasil.Não digo para votarmos em presidentes que não tenham completado a escola,só estou dizendo que deveríamos melhorar nossos critérios de escolha.Apesar de ainda se ouvir muita besteira por aí,o Lula é o presidente com o maior índice de aprovação da história do país.70% de aprovação por parte da população.A situação aqui é tão ruim que quando um presidente rouba menos,já é maravilhoso.E,apesar de mensalões e outros conchavos já sabidos,talvez ele seja o presidente que o Brasil já teve.Evoluiu economicamente,investiu em fontes alternativas de combustível e não se esqueceu completamente do povo.Não completamente.

Posso falar aqui,também,sobre quão fútil é o Natal e o Revéillon.O Natal tornou-se basicamente a expressão-mor do capitalismo,travestida de festa religiosa.Talvez alguns,mas quantos esperam pelo Natal só pra reunir-se com a família,confraternizar com seus parentes e celebrar o nascimento de Jesus?Eu gosto de me reunir com a família,mas não é esse o principal atrativo.São os presentes.O presente de Natal é o mais caro do ano.O presente de Natal é aquele pelo qual a gente fica babando na vitrine o ano inteiro.Por isso,tanta alegria no Natal.E o Ano Novo é algo tipo:
_Só fiz merda esse ano.Foda-se,vou esquecer tudo e começar do zero.
O Revéillon serve pras pessoas livrarem-se de certos pesos e tentar recomeçar,já falei mais profundamente sobre essa festa de virada de ano por aqui,então não vou fazê-lo novamente.

Eu poderia não ter falado nada e ter parado no primeiro parágrafo.Mas como foi visto,mesmo sem nada pra dizer,sempre há alguma coisa a se dizer.Por isso incentivo as pessoas a escrever.Sempre existe algo a se expressar.Sempre.Na verdade,em alguns casos,nem sempre.Mas dá pra esforçar-se um pouco mais.Alguma coisa sai!Então,escrevam!Não fiquem com vergonha.Eu sei que as pessoas que comentam aqui têm blogs,logo,imagino que sintam-se um pouco mais à vontade pra escrever e mostrar para outros,mas caso alguma das pessoas que forem ler isso aqui sintam medo de divulgar seus textos,não sintam!Eu achava que escrevia muito mal,mas as pessoas sempre me diziam o contrário.Eu acreditei e hoje me divirto escrevendo!Façam o mesmo!

sábado, 20 de dezembro de 2008

Retalhos

Qual é o máximo de tempo que eu consigo ficar sem postar no blog?Eu não sei.Só que tá sendo muito difícil não postar.Eu tenho tido vontade de roubar frases.Fazer com que elas sejam minhas.Roubar músicas,achar que fui eu que compus.Só porque eu gosto muito.Uma dessas músicas tem uma estrofe assim:
"All I want in life's
A little bit of love to take the pain away
Getting strong today
A giant step each day"

Eu achei muito legal.Eu nem sei se faz tanto sentido assim,mas é bom pensar que sim.Pra mim,faz sentido.
Já que é pra colocar fragmentos,vai um:
Os problemas são muito maiores que eu.Eu desisto.
My problems are much bigger than I am.I quit.

E por que esses fragmentos me vêm à cabeça?Soltos.Flutuando sozinhos.Assim como eu flutuo sozinho.Mas por que?Por que tanta tristeza?Tanto isolamento?Tanta melancolia?Porra,eu sou uma criança.Olha a minha idade.Eu devia estar indo a micaretas e pegando as cocotinhas(é esse o vocabulário mesmo).Por que eu?Por que não aconteceu com o vizinho?Por que o garoto estranho não é aquele meu primo que fuma e pega mulher?É muita sorte ou muito azar?Quantas vezes eu já pensei em desistir da minha vida e quantas vezes outras pessoas já me disseram que queriam ser como eu?Se eu contar e a primeira vencer,posso me matar agora?Com o tempo,pensei que Deus fosse aparecer pra ficar na minha vida.Mas cadê?Ele tava tão perto quando eu era criança.Um dia sumiu e não tem voltado.Nem pra conversar,tomar um café.Quantos anos faltam pra eu me entregar a completa ignorância?Eu acreditava que fosse me livrar desse ceticismo desde que comecei a ler um pouco de filosofia.Mas só aumenta.Eu tenho medo do amanhã,o passado é feio e o presente machuca.E aí o que eu faço?Por agora,posso escrever um conto.

O CONTO
Havia um poeta que queria escrever um conto.Mas por que agora?Por que depois de tantos anos de belos e complexos poemas,ele queria escrever um conto em prosa?Só para transgredir as suas limitações.A vida sempre lhe impôs limites e através de sua literatura,ele bania os limites.Ele começou assim:
"Era uma vez..."
Mas parecia-lhe artificial.Não tinha a profundidade e a originalidade de sua poesia.Passou a noite toda,tentando escrever pelo menos duas páginas.Tudo em vão.Acabou dormindo em cima dos papéis e acordou frustrado na manhã seguinte.Fez tudo de qualquer jeito no dia seguinte.Até o ato matinal de ir à padaria e depois comprar jornal,que ele tanto apreciava,parecia efêmero e sem graça.Fez tudo correndo,só para poder escrever de noite.Planejou milhares de tramas,pensou frases bem elaboradas e quando sentou-se na escrivaninha...nada.O papel ficou em branco,novamente.A partir disso começou a refletir:
_Eu que me achava tão genial,sempre elogiado por amigos,pela capacidade de expressar sentimentos com tanta clareza,tenho de limitar-me a estrofes e versos.Não passo de um...poeta.
E a tristeza pela sua incapacidade foi dominando o poeta cada vez mais.Já que não havia mais nada a se fazer,voltou a escrever poemas.Poemas dessa vez muito mais tristes e,já que sua tristeza havia sido enorme,os poemas vinham cada vez maiores e ele acabou por compôr sua maior obra,não só no tamanho,pois misturava algo da frustração advinda de sua experiência mal-sucedida com suas antigas inspirações.Depois de ver a perfeição de sua recém-nascida obra poética,parou e pensou:
_Será a melancolia a maior das inspirações?
Com essa reflexão,escreveu inúmeros ensaios e até contos,tendo como personagem principal,a melancolia.
E foi feliz para sempre.




Desculpe a falta de finalidade do conto.Ele simplesmente é.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

O que tem no fundo?

Qual é o sentido da vida?E existe realmente uma essência única?Será que cabe a cada um descobrir suas próprias motivações?Concordar com a última pergunta é o que me parece mais sensato.Mas o que acontece quando essas motivações não te preenchem por completo?O que acontece quando a sensação de vazio é maior que a força para revidar?É assim que tenho me sentido nessas férias.Tudo pelo que batalhei parece não fazer sentido.Parece inútil,distante,triste.A vida parece só futilidade.Mesmo quando o sacrifício para atingir os objetivos foi grande,como foi o meu.Férias.Servem pra deixar o cérebro de molho e aproveitar pra fazer coisas que não daria pra fazer durante o ano.Pelo menos,pra mim é assim.Só que eu tenho problemas com raciocínio lento e meu cérebro entra em estado de inércia muito rápido.Logo que paro de estudar,parece que tudo fica mais difícil.Fica mais difícil para ler e interpretar coisas.Não há motivação para fazer as coisas já que ao voltar pra casa,você vai ser uma pessoa desocupada e idiota.Sinto-me meio sem chão.E tenho medo de voltar a ser o que era.Estou com medo de colocar os meus pouco mais de 20 GB de música no computador,estou com medo de esquecer que a Matemática existe e ser feliz sem ela.Falando assim,parece besteira,mesmo pra mim.Só que são coisas que fazem uma diferença enorme pra mim.Já que não tenho muita coisa pra fazer,as velhas reflexões voltam a minha mente.Devaneios que só me prejudicam e que vão corroendo a minha auto-estima aos poucos.Volto a pensar sobre a intransponibilidade de meus medos e incapacidades.Quando estou no meio do ano escolar,penso nisso mas volto a estudar e fica tudo bem.Agora,penso nisso e vou jogar pra tentar me distrair,mas não dá.Eu preciso de tanta ajuda e ninguém percebe.Eu pareço tão seguro ao agir,ao falar,ao me portar.Eu pareço tão estável e equilibrado.Mas eu gostaria de ter auxílio.Outro problema é que não sei se teria humildade pra receber ajuda,não sei se confiaria em alguém pra me ajudar.Porque acho que as assistências que tive nunca ajudaram muito.Era sempre pior pedir ajuda.A vida é um poço sem fundo.Uma queda infinita rumo ao nada.Só que no topo do poço existem outras pessoas te olhando.E sente-se vergonha de cair de uma vez por todas,de desistir.Eu sei que não teria coragem pra desistir dos meus anseios,não hoje,não agora.Mas o peso deles me afeta.O fato de ser sempre eu quem chama a responsabilidade só aumenta o problema,mas eu não posso sentar e esperar.Eu não tenho amparo.Ninguém faria o que estou fazendo por mim mesmo.Só tentam me puxar pra trás.Eu já tentei socar o tijolo do poço,pra ver do lado de fora,tentar enxergar as coisas de outra maneira.Já consegui,mas eu sempre volto pro mesmo lugar.As paredes sempre se reconstituem e impedem minha visão novamente.

Minha quarta-feira foi legal.Obrigado.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Centésimo post.

Cem posts.Estranho,não?Passou tão rápido.Em nenhum dos cem posts eu tive mais de 5 comentários.As pessoas vêm aqui mas depois param de vir.Existem uns blogs portugueses,inclusive que estão aqui entre os meus blogs favoritos,que têm no mínimo 15 comentários por post.Mesmo assim,geralmente acabam tendo mais de 30 comentários.A que se deve isso?Adolescentes brasileiros não se interessam por temas sérios?RBD é mais interessante que o meu blog?Em Portugal as pessoas lêem mais?Por que isso acontece se o Brasil é absurdamente maior que Portugal?Eu acho que sei a resposta.Acho que muitos sabem.Apesar disso,fico feliz em ter conhecido pessoas novas em blogs e que fazem comentários muito mais relevantes que os de antes.Os comentários atuais,expoem opiniões sobre o que escrevo.Criticam,elogiam,realmente observam o que está se passando em cada texto.Os comentários antigos eram mais ou menos assim:
_"Parabéns!Continue escrevendo."
_"Ótimo blog.Beijos."
E outras coisas mais irrelevantes.Eram como comentários de um fotolog.Era como se o que eu escrevia equivalesse a uma foto.Não uma foto belíssima,na qual você é obrigado a se deter.Mas uma foto qualquer,inválida,igual a inúmeras outras.É bom saber que isso aqui tem se tornado,cada vez mais,um blog.
É verdade que muitos posts são coisas pequenas,reflexões íntimas e frases de efeito.É verdade que postei algumas letras de músicas e a resposta de Joaquim Pedro Andrade à pergunta:"Por que você faz cinema?",que também virou música com a Adriana Calcanhotto.Eu gosto daqui,acho o espaço legal,aconchegante.Não investi no visual dele,é verdade.Não tem layouts fantásticos e templates complexos.Mas é sóbrio,como eu gosto.Porque eu quero que o foco seja o texto.Não quero que venham ao meu blog para elogiar o meu template,como fazem em inúmeros blogs.Quem estiver interessado em ler,ótimo.Quem não estiver,não tem nada mais pra se fazer,observar ou admirar por aqui.É o texto pelo texto.São minhas palavras e ponto.
Eu tenho pensado em parar de escrever aqui,porque a sensibilidade que as minhas próprias palavras me causam,têm me deixado vulnerável.E eu vivo em uma terra,onde não se pode ser vulnerável.No fundo,já não sei se consigo.Já é estranho não escrever aqui.Da mesma maneira,que lancho todo dia,escrevo no blog toda semana.Seria legal publicar esses meus textos em algum lugar,pra ver o que outras pessoas acham.
Por último,não.Não,o centésimo post não tem nada de especial,ainda mais porque eu me impus uma certa falta de criatividade.E o 100 é só um símbolo.
Obrigado aos que passam por aqui freqüentemente,lêem,gostam,comentam.Agradeço também aos que vêm aqui,lêem,não comentam mas gostam,se divertem pelo menos um pouco.
Até mais.

domingo, 14 de dezembro de 2008

Confusão

Confusão.Não sei o que sentir e o que fazer pra me divertir.Até sei mas ainda estou me acostumando a ficar de férias.Depois de ficar estudando desde Janeiro,só com fins-de-semana,feriados e uma semana de férias pra descansar é tudo muito estranho.O estudo me ocupa,a escola me abriga.Eu me sinto um estranho em casa.Eu não me sinto em paz ou seguro dentro da minha própria casa.Tenho medo de ser agredido verbalmente,eu acho.Tudo pode acontecer,as coisas são totalmente ilógicas por aqui.Só me resta rir.Existem dias em que eu não consigo rir.E aí é ruim.Eu deveria rir mais,muita gente já me disse isso.Talvez se eu tivesse mais liberdade,se viajasse mais,se fizesse mais coisas legais.Mas pensar assim é inútil.Eu imagino que se eu pudesse fazer tudo isso,alguma coisa me incomodaria e eu ficaria reclamando dessas coisas.É simplesmente questão de enxergar as coisas de maneira positiva.Sempre é possível.Só que eu não sou bom nisso.O que é uma pena,pois me atrapalha muito.Antes eu sorria muito.Pra todo mundo.Sempre sorrindo.Mas eu era tão mais triste que hoje.A impressão que dá é de que quanto maior o segredo,maior a máscara.Quanto mais estranho e triste você for,mais se esforçará pra tentar ser comum.No final das contas,isso me parece óbvio.Faz alguns segundos que isso não me parecia óbvio.Às vezes,o fato de escrever ou falar algo tira a magia da coisa.Muitas vezes,você vem no ônibus com uma idéia que parece perfeita,realmente interessante e quando escreve,você murcha.Não era tão bonito ou tão legal quanto parecia.Qual é a diferença,afinal?O campo das idéias dista muito do campo da escrita,quando não se tem prática discursiva.E essa é uma das coisas legais de se escrever mais e mais.Você só melhora,só se sente melhor ao escrever.O que você escreve te traduz muito melhor.Ou,pelo menos,traduz muito melhor o que você estava pensando.Traduzir o nosso íntimo é estranho,porque a gente nem sequer sabe muito bem o que se passa aqui dentro.Isso acontece,porque nós não vivemos o que somos.Nós vivemos o que nos é imposto.E,por isso,o ser humano tem me parecido tão distinto.Pela maneira como uma pessoa age,fala,se expressa,você cria em sua mente o retrato perfeito do que ela é,mas caso você venha a se aprofundar percebe que a pessoa não é aquilo.Por influência da minha mãe,grande julgadora da personalidade alheia,eu sempre julgava as pessoas só olhando,de longe.E,geralmente,esperava coisas maravilhosas das pessoas e elas sempre eram muito menos que aquilo.Sempre fúteis,decepcionantes.E é por isso que eu tenho dificuldades,às vezes,em confiar nas pessoas porque elas sempre me decepcionaram.Distanciavam-se quando eu pensava ser amigo,tinham opiniões egoístas quando eu esperava grandes idéias.Eu tinha escrevido um texto sobre o medo que eu tenho das pessoas,mas eu perdi porque formatei meu computador antigo.É engraçado,eu tenho medo de sair,inúmeras vezes,por não saber bem quem é a pessoa.É estranho falar isso.Muito estranho.As pessoas parecem ameaçadoras a todo o tempo.Vão te deixar inseguro,triste e confuso.Falarão sobre assuntos que não te deixam à vontade e vão te criticar quando menos esperar.Essa é uma versão muito complicada das coisas mas,infelizmente,é assim que eu me sinto.Estou tentando me desligar de mim cada vez mais.Eu já pareço estranho para alguns mas se eu falasse tudo que penso e fizesse tudo que quero,eu seria completamente isolado.Seria jogado num quarto escuro,tachado de doente,débil.Isso é muito triste,muito ruim.Por que viver não é mais fácil?As dificuldades pareciam obstáculos e eu gostava de transpô-los,mas as adversidades já não tem mais graça.As coisas ficam amargas com o tempo.Vão estragando.É isso que há em mim.Confusão.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

The Tourist

Eu acho que há bons motivos para se sorrir.Eu tenho em mãos o ingresso da banda que eu mais amo(ainda existente),passei com uma ótima classificação no concurso que eu queria e o computador que eu tanto queria?Eu estou escrevendo nele agora.Tudo deu certo no final.Quer dizer,quase tudo,mas já está de bom tamanho.Ano passado eu fiz coisas muito menores,tive conquistas muito menores e,ainda sim,eu me sentia melhor.Eu sei os motivos.Sei muito bem os motivos mas,ainda sim,soa estranho.Esse ano fui ao show do Interpol,que foi fantástico,momento único.Até Untitled eles tocaram!Fui no show do Muse que,na minha humilde opinião,faz um dos melhores shows de rock n' roll do planeta,se não o melhor.Acho que é o melhor sim,das bandas mais recentes é o show mais incrementado e com mais detalhes,feitos por uma banda de qualidade.Há músicos que fazem shows grandiosos e péssimas músicas.Juntando com os três fatos citados anteriormente,é demais!É demais mesmo.Eu poderia agradecer a Deus.Até dá vontade,só pra renovar alguma humildade possivelmente perdida,mas não.Eu agradeço a mim.Como agradecer a uma entidade invisível,os resultados do duro trabalho?Duro trabalho que é meu e dos meus pais.Foi Deus que passou um ano inteiro enfurnado em uma sala cheia de homens extremamente animalizados e estúpidos.Foi Deus que trabalhou tanto quanto meu pai trabalha,e teve que ir pra São Paulo há pouco tempo,tendo de ficar longe da família.A impressão que eu tenho é que,agradecer a Deus não é humildade,é humilhação.Extrema humilhação e desvalorização do seu próprio trabalho,empenho e força-de-vontade.Porque não era Deus acordando 5:30 da manhã todo dia,tendo 15 anos de idade.Esse tipo de agradecimento,significa uma subestimação de si mesmo.
O ano chega ao final e eu gostaria de fazer como os outros e esquecer tudo que aconteceu no ano anterior,esperar soluções milagrosas no ano que entra e se jogar.Mas isso não acontece,ainda mais agora,que percebo o quanto é válido ser sincero comigo mesmo e observar os erros passados.Por mais que a enorme maioria da população não concorde,é olhando pra trás que se evolui.É repassando as suas fraquezas que se descobre o quanto é possível melhorar.Deu certo dessa vez.Dessa vez,apesar de quase ter feito tratamento psicológico,não teve nada próximo à depressão,não teve a excessiva decepção com os outros.E isso aconteceu porque eu estava concentrado nas minhas atitudes.É difícil ser coerente com os próprios objetivos,às vezes.Por vezes,a gente escapa um pouco da linha e já é o bastante para o insucesso.O significado de sucesso é relativo,mas no nosso íntimo há algo mais forte que diz outra coisa.Essa busca incessante pelo sucesso,promovida pelo modelo econômico atual me preocupa um pouco,de vez em quando.Mas quando me achar perdido e selvagem em busca desse modelo ideal de sucesso,é simples.Eu pego meu discman(eu ainda gosto de comprar e de ouvir cds,ok?),tiro o Ok Computer da capa e ouço.É só colocar na última música do disco,que eu vou ouvir exatamente o que preciso:
_"Hey man,slow down!Slow down!Idiot,slow down!Slow down.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Despretensão.

Calma!Eu não vou te escravizar,contar seus medos pros outros e rir da sua cara quando virares as costas.Eu não vou escrever histórias sobre vampiros do bem que lutam contra vampiros do mal ou sobre adolescentes com poderes mágicos pra que você se identifique com eles e me dê dinheiro.Eu não vou escrever sobre os temores de um adolescente drogado,não vou fazer romances sobre religiões pagãs e não farei tampouco confissões que uma puta faria.Eu queria escrever e ganhar dinheiro com isso.Acho que seria fácil,caso eu não fosse quem eu sou.Eu sou o que não querem ver e o que ninguém quer ser.Eu sou todas as coisas sobre as quais ninguém quer saber.Eu não sou o motivo nem o porquê.Ainda sim,não me venderia ainda.Talvez um dia eu me venda e tudo mais.Não agora.Agora é tempo de descobrir-me.De refletir.De ver o que passou e planejar o que virá,sem me vender.A excessiva pretensão dá muito dinheiro.A excessiva ingenuidade também dá dinheiro,mas eu sou o meio.Nem um,nem outro,logo fico por aqui.Talvez um dia eu seja grandioso,mas não é o que faz sentido.

As referências literárias do que escrevi aí em cima são bem óbvias.E isso é proposital.Hoje vi o Altas Horas com a Mayra Dias Gomes,filha do dramaturgo Dias Gomes.Vi que ela lançou um romance e fui ver melhor quem era a menina na internet.Com isso,acabei achando trechos do livro dela.Ela teve depressão,usou drogas pesadas e tudo mais e só tem 19 anos.Agora recuperou-se(eu acho)e escreveu um romance que já tem boa divulgação só pelo sobrenome dela.Pelos trechos que li,o livro é péssimo mas é bem adolescente.Tem típicos conflitos,que eu mesmo tive(em escala muito menor,obviamente)e eu até me identifiquei com um dos trechos que li.Não vejo problema em um dos filhos de uma pessoa pública querer seguir o mesmo caminho do pai ou da mãe.Mas a menina nem construiu uma carreira e já tem uma puta divulgação.Tem o caso da Fal Azevedo,escritora de blog.Primeiramente,lançou um livro que ela mesma teve de bancar,que teve uma vendagem mínima.Depois disso,continuou escrevendo despretensiosamente no seu blog e depois de uns 7 ou 8 anos de blog,a editora Rocco chegou até ela e ela conseguiu lançar um romance recentemente.Não vendeu muito mas foi um grande passo.Lembrei também de uma famosa escritora de blog,a Clarah Averbuck,que tem uma certa fama e conseguiu lançar seus livros por uma editora também.Tem até um filme baseado num livro dela.Mas ambas conseguiram isso depois de bastante tempo escrevendo em seus respectivos blogs.Isso sem contar com vários outros escritores,que não são do mundo dos blogs.Aí veio aquela pergunta ingênua:
_Mas cadê a meritocracia?
A resposta claro que foi:
_Utopia,amiguinho,utopia.
De vez em quando,eu me esqueço dessas coisas.Esqueço que se você tem contatos,você tem tudo.Esqueço dos vários ex-BBB,que recebem o título de artistas,sem ter feito porra nenhuma.A indignação é inválida,fútil e infantil.Mas senti vontade de escrever.Acho que esse é o meu problema:escrevo para me agradar.Eu deveria ser mais pretensioso.Eu deveria começar a me vender e a escrever coisas de fácil assimilação,ou fazer músicas pseudo-intelectuais,e começar a ganhar dinheiro em cima dessa gente jovem,bonita e burra,pelo menos seria bem mais rápido e fácil.Eu acho a juventude feia.E todo mundo quer ser jovem hoje.Quer dizer,só os adolescentes querem parecer mais maduros para impressionar uns e outros.Os mais velhos enchem-se de produtos de beleza,não para ter saúde de fato,mas para mascarar sua idade aos olhos alheios.Os mais novos,usam roupas adultas e falam só coisas convenientes pra que pareçam mais maduros.Não funciona pros jovens,eu acho,mas pros mais velhos tem funcionado.Novamente eu desviei meu texto de onde ele começou.Mas é isso,venda-se e ganhe mais.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Nice Dream.

Eu gostaria de ter um,um dia desses.Nem sequer me lembro qual foi a última vez que sonhei.Eu parei de sonhar.Isso quase tem um duplo sentido.Porque parei de sonhar toda a noite,como acontecia na minha infância e meus sonhos e ambições em vida são cada vez mais pé-no-chão.Claro que com muitos sonhos,havia muitos pesadelos também.Pesadelos repitidos.Nos dois sentidos.Em várias noites,sonhei estar caindo ou me perdendo dos meus pais no meio de lugares feios,sujos e com pessoas não-confiáveis.E,na vida real,acho que meu maior medo era o de me perder dos meus pais também e o de sofrer algum acidente e ficar paráplégico ou tetraplégico.Deve ser porque a maneira como enxergo as coisas já dificulta demais minha vida.E ficar deficiente seria demais pra mim.Seria muito perigoso deixar-me perto de facas ou qualquer tipo de arma,haveria sério risco de suicídio.
Amanhã começa a venda oficial dos ingressos pro show do Radiohead!Viva La Vida(que engraçado,hein?)!
Um conto engraçado também:

Ela gostava das flores.Quais flores?Todas.Gostava de todas as flores que encontrasse pela frente.E assim ela viveu até se tornar adulta.Já com seus 30 anos,ela acordou,trocou de roupa,tomou seu café-da-manhã,escovou os dentes e foi para o jardim de sua casa,como era de costume.Só que dessa vez,ela nada sentiu.Todo o carinho que tinha pelas carmélias,bromélias e rosas havia se extinguido.Para sempre.Assustada com sua nova falta de sensibilidade,foi ao espelho de seu banheiro e viu que ainda era a mesma por fora.Só não gostava mais de flores.Ela ficou triste,pela primeira vez,por não ter constituído família.Não tinha filhos,criava lindas rosas brancas.Não tinha marido,mas tinha lindas margaridas tomando todo o canteiro.Tentando imaginar a causa,foi para a arejada e bonita varanda de sua casa.Então,começou a refletir.Refletir,refletir e refletir incessantemente,a fim de descobrir o destino de sua ex-sensibilidade,de seu ex-carinho e de seu ex-amor pelas flores.Depois de duas horas,descobriu.Agora sua paixão era o mar.A praia,ah,a praia.A linda praia.A tranqüilidade que as ondas trazem e levam.A segurança quando se pisa na areia,o medo da água gelada.Tudo isso vinha-lhe à mente agora.Foi correndo para a sala,onde estava o jornal e procurou desesperadamente pelos Classificados.Lá encontrou uma casa na praia de que mais gostava,que não ficava muito longe de sua casa.Ligou para o número descrito ali.Ninguém atendia.O nervosismo só aumentava.Não havia tempo para se perder.Ela logo teria de ir pro trabalho e não conseguiria concentrar-se nas suas tarefas,caso não comprasse a casa.Ligou de novo,nada.Foi à cozinha,bebeu água.Passou a roupa do serviço,para adiantar.Ligou de novo e eis que uma voz infantil atende.Ela pergunta:
_Este é o telefone da casa dos classificados?
E,de repente,ouve a menina do telefone gritar:"Mãe,mãe...".Em pouco tempo,a mãe da criança chega ao telefone e pergunta quem é.Ela responde e repete a pergunta.A mulher do outro lado da linha diz que sim.Aquele era o número da casa dos Classificados.Elas decidem por telefone mesmo,a forma de pagamento e outros detalhes.Por ser grande e na beira da praia,o valor era alto e a mulher teve que tirar dinheiro do Fundo de Garantia.Ela não se importava.Depois que voltou do trabalho acertou tudo com o pessoal que trabalhava fazendo mudança.Na semana seguinte,olhou com um pouco de tristeza e nostalgia para suas pequenas e ex-queridas flores e foi embora.Não tinha mais volta,não que ela se arrependesse.Mas a impulsividade era algo que a incomodava.Dez anos depois de ter se mudado pra casa de praia,ela passou a ter uma nova paixão a cada 10 anos.Hoje ela tem 70 anos e um dia desses eu a vi aqui perto de casa.Dizem que uma das últimas paixões dela foi Moscou e ela teve que morar por 10 anos em Moscou.Pessoa engraçada,não?

domingo, 30 de novembro de 2008

Post-punk life

Eu pensei em colocar as coisas que tenho escrito aqui.Agora acabei de lembrar que perdi todos os meus textos não-postados aqui.Eram vários fragmentos,reflexões e coisas bem extensas sobre momentos que não voltam.Eu formatei meu computador e me concentrei tanto nas músicas que esqueci dos meus textos.Falha minha,mas acontece.É como renascer.Eu não gosto de renascer.A renovação traz de volta a ingenuidade,a falta de experiência.E então,você volta a se ferir com coisas simples,aparentemente inofensivas.Mas apesar de desgostar da experiência,sou uma eterna Fênix.Acho que é isso.Pra dar passos,tive que me desligar de muita coisa passada.Mas eu sou nostálgico e algumas coisas voltam,outras não.Anteontem eu escrevi um texto bem extenso e que tinha me preocupado devido à excessiva tensão que a narrativa estava começando a ter.Escrever esse texto,por exemple,me trouxe lembranças de um tempo em que eu me desconhecia mais ainda.Muito mais.É engraçado pensar nisso.Tenho pensado tanto na dificuldade em me compreender.Eu queria que alguém me compreendesse.Que alguém se sentasse comigo,me abraçasse e dissesse:
_Fala o que tu quiseres!Vou te ouvir,opinar,mas sempre tentando te ajudar.
E gostaria que fosse alguém bem parecido comigo.Infelizmente,isso não existe.Ainda bem,seria um crime querer que alguém se parecesse comigo.Eu teria pena da pessoa.Às vezes,sinto pena de mim.Minha trama tem ritmo inconstante,bambo,instável e desritmado.É como um carnaval gótico.Essa é minha vida.É um carnaval no meio de uma floresta cheia de espinhos.Ou melhor,parece sempre uma festa e ninguém percebe o quanto os espinhos estão me machucando.Hoje tive uma reflexão engraçada:post-punk life.Seria uma outra definição pra minha vida.Uma vida pós-punk.Não porque ela tenha ritmo das músicas de Uk Decay ou Joy Division(apesar de ter)mas porque parece que uma avalanche passou,destruiu tudo e depois eu nasci.Num pós-caos,num pós-punk.Eu sou um bebê sentado no meio da guerra.Sou ingênuo demais para entrar na guerra e maduro demais pra me manter alheio à ela.Um bebê pensante,diríamos.Minhas reflexões são engraçadas.Queria que alguém achasse graça(?)mas sem me ofender.Que risse de minhas idéias mas fizesse comentários construtivos depois.As pessoas são desconstrutivas.Não existe um amanhã,então falam qualquer merda pra satisfazer uns e outros.Assim é fácil ser aceito por todos.Seria legal ser simples.Seria legal ser comum.Fazer tudo que todo mundo faz,gostar das mesmas coisas que todo mundo gosta.Eu já tentei muito.Não adiantou.Só piorou tudo.E se eu aceitar o que sou,fico insuportável.
Vai ter show do Radiohead no Brasil.20 de março de 2009.Meu pai já disse que eu vou e eu já tenho companhia pra ir.Isso é muito bom.Só falta agora,todos os Beatles já falecidos aparecerem na televisão,falarem que estavam de sacanagem e que não haviam morrido.Aí,os Beatles fariam uma turnê tocando só músicas de 1966 em diante.Tocariam o Revolver todo em alguns shows da turnê,em outros o Sgt. Peppers inteiro.Em alguns até o White Album inteiro,quem sabe.Depois eles fariam um show no Brasil.Um não,dois shows aqui no Brasil.Ou três.Um no Rio,outro em São Paulo e outro em Porto Alegre.Por falar em São Paulo,que lugar organizado.Nossa!Enquanto andamos em ônibus podres aqui no Rio,onde os terminais nem sempre são bem sinalizados,não há integração com metrô ou trem e pagamos muito caro para ir um pouco mais longe.Isso fortalece a minha teoria(tese!)de que o Rio é feito pra turistas e não pra população fluminense e carioca.Indo à São Paulo eu descobri que nem tudo está perdido.As pessoas,pelo menos onde eu fui,desculpavam-se olhando no seu rosto ao se desculparem,você encontra museus com facilidade.Ah que beleza.Só no Parque do Ibirapuera tem o Museu de Astro-Física,o MAM,a Fundação Bienal(a vigésima Bienal de São Paulo por sinal estava muito legal e olha que nem fui no escorregador)e o Museu Afro-Brasil.Além disso tem o Parque em si que é lindo.E é engraçado ver no mesmo espaço,emos,góticos,turistas e pessoas normais(?) juntas no mesmo lugar.Na Estação da Luz tem a Pinacoteca(que é demais,muitas exposições legais) e o Museu da Língua Portuguesa(que tinha uma exposição do Machado de Assis,que nem sempre se dá bem comigo).
É isso,então.Falei demais.Não foi só por saudade do blog,acho.E se alguém conseguir ler o post inteiro:parabéns,campeão!Haja paciência!

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

O que dá pra perceber com o tempo é que as coisas começam a pesar demais.Já não se pode errar.Cada vez mais a responsabilidade aumenta,o que é óbvio,o problema é que tudo está surgindo cedo demais.Eu criei responsabilidade e compromissos pra mim que pouquíssima gente da minha idade tem e às vezes acho que vai faltar fôlego,vai faltar perna e,realmente,tem faltado.Eu já perdi a paciência de ter que planejar tudo e ter que cumprir com isso.Eu não sei muito bem o que dizer.E o tempo todo eu me sinto traído pela minha própria mãe,que parece querer me puxar pra trás e me deixar infeliz sempre.Eu imagino que as coisas que estou escrevendo façam pouco sentido para outrem,devido à excessiva confusão de minhas palavras.Acho que só há sinceridade aqui.Nem clareza existe mais.Estou aqui em São Paulo,no lugar onde meu pai mora e tudo é melhor.O atendimento nos estabelecimentos é bem melhor,a facilidade em se encontrar bons livros e ambientes agradáveis.Tudo.Até o clima que é bem mais frio do que esse meu Rio suburbano facilita as coisas.Eu acho que não gosto muito do Rio,porque vivo a parte ruim dele.Moro num subúrbio,com pessoas desinteressantes e burras,num lugar que só faz calor.A parte boa do Rio de Janeiro(vide Zona Sul)não pertence ao meu mundo.Parece distante,utópico e fictício.Tão fictício quantos esses dias aqui em São Paulo,onde eu posso achar cds das bandas que mais amo(Radiohead,The Rakes,etc)com facilidade e posso tomar ótimos cappuccinos numa Starbucks perto de casa.Posso ir a lugares pequenos que têm ótimas bandas covers(pelo menos eu nunca vi casas que lotam no Rio com cover de Franz Ferdinand).E aí eu me pergunto como satisfazer esses meus anseios burgueses morando onde eu moro,com a distância do meu pai agora e com a pouca grana que tenho?Eu consigo e tenho ficado satisfeito,mas ao visitar lugares tão legais como aqui(Moema,Zona Sul de São Paulo),eu tenho medo do quão melancólico eu posso ficar ao voltar para minha realidade,ao meu bairro,ao meu mundo.

É bom poder desabafar um pouco,apesar de ter escrito mal porque o tempo aqui na Lan House passa rápido.
Devo passar mais um mês sem postar,talvez um pouco menos,mas realmente espero voltar logo.
Abraços
Mas então...
As coisas pararam por aqui e só vão voltar quando a minha maravilhosa internet banda larga voltar,coisa que não sei se vai acontecer tão cedo.Tenho textos pra postar aqui e tudo mais,só que não dá.
Estou em uma lan house em São Paulo pagando 2 reais para usar meia-hora(inacreditável,mas há necessidade).
Abraços a todos,um dia eu volto.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

É possível que eu já tenha postado essa música aqui,mas...


MORRO DOIS IRMÃOS
(Chico Buarque)


Dois Irmãos, quando vai alta a madrugada
E a teus pés vão-se encostar os instrumentos
Aprendi a respeitar tua prumada
E desconfiar do teu silêncio

Penso ouvir a pulsação atravessada
Do que foi e o que será noutra existência
É assim como se a rocha dilatada
Fosse uma concentração de tempos

É assim como se o ritmo do nada
Fosse, sim, todos os ritmos por dentro
Ou, então, como uma música parada
Sobre uma montanha em movimento

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Sobre a linguagem

Estava tranqüilo,na minha,e de repente me surge uma reflexão:a língua.Não aquela que fica na boca,mas a linguagem.
Pensei sobre os blogs portugueses que tenho visto e o quanto demorei pra ter certeza de que não eram blogs brasileiros.Vendo o quanto os dois portugueses,o brasileiro e o de Portugal,ainda são próximos,comecei a pensar na linguagem de uma maneira geral.A mesma língua que nos permite a expressão dos mais nobres sentimentos,reflexões e vontades é a mesma que transforma alguns em ignorantes e alienados.O analfabetismo isola as pessoas em um outro mundo e a partir daí fica muito difícil conectar-se com uma outra realidade:a do conhecimento.E essa mesma língua,ainda nos impõe outra barreira:como expressar sentimentos indefiníveis,indescritíveis?Muitos deles até podem ser descritos mas,muitas vezes,não com a mesma intensidade.Essa é uma das grandes dificuldades para um poeta.Como transpor essa barreira entre sentimentos e a representação deles através da língua?E nesse misto de reflexões e conclusões,lembro-me de outra coisa bem interessante:não existe no inglês um sinônimo direto para a palavra "saudade".Existem verbos ou adjetivos que só podem ser usadas em situações específicas como:miss ou homesick(saudade de casa).Observando isso,vê-se mais um obstáculo:as disparidades entre as línguas,o que faz muito sentido já que as pessoas sentem necessidades de expressar coisas diferentes em cada lugar,apesar de eu ter a impressão de que todos são bem parecidos em todo lugar do mundo.Mesmo com obstáculos,barreiras e empecilhos,o conhecimento de diferentes línguas continua sendo fascinante.Aqui no Brasil,na Indonésia,em Portugal,na Islândia ou em qualquer outro lugar.

Texto confuso,mas foi muito bom ter escrito isso!

Ah,Klaxons é muito bom!Gravity's Rainbow é o auge!

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Sobre a tentação do regresso

Eu já pensei em voltar.Sim,repito.Eu já pensei em regredir.Eu acho que a maioria das pessoas não considera um regresso,pelo contrário.Na hora do afogamento,agarra-se à primeira tábua que se vê.E minha situação foi assim.Eu poderia despencar do prédio de minhas seguranças e cair na lama da obviedade.Não.Não voltei e não vou voltar tão cedo.Eu poderia ter lido a Biblia,eu poderia ter lido o Evangelho e ter pedido soluções a quantos deuses eu quisesse.Não funciona comigo.Acho que,no fundo,nunca funcionou.Sabe o que adianta?Chamar a responsabilidade pra si e ter maturidade o bastante pra refletir e achar soluções.Não adianta ficar esperando por respostas de seres superiores,inferiores ou de não sei onde.Depois de ter visto Catolicismo,Protestantismo,Espiritismo,Umbanda,Wicca e até Satanismo,eu descobri uma coisa.Talvez essa seja a resposta mais importante da minha vida.Eu sou o meu próprio Deus.Acho que as pessoas fogem dessa resposta,né?No fundo,independente da sua crença,quem dita o que é certo ou errado,feio ou bonito é você.Sempre.Mesmo que você seja um ignorante fodido hiper-manipulado(a maioria).Então,eu já refleti demais e já li demais sobre religiões pra simplesmente me agarrar a uma entidade qualquer na hora do sufoco.Não adianta.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Universo Paralelo

Eu morri,ninguém me avisou,fudeu.Eu comecei a perambular por aí,me achando vivo e grande como sempre fui.Eu só me dei conta de que estava morto quando não consegui apertar a camapainha do prédio.A minha morte-viva durou dois dias,coisa de retardado,né?Não perceber que já morreu é foda.E quando você se dá conta que já bateu as botas,virou fantasma,espírito e o caramba?Pra onde se vai?Você vai pra um lugar muito legal.Várias pessoas que você gosta estão por lá.Sabe aquele teu avô que dá muita saudade?Ele tá lá.Sabe aquele ídolo,já morto,que você tem vontade de perguntar várias coisas?Ele está lá.Mas como a vida na Terra,têm uns fatores bem desagradáveis.Pra ficar nesse lugar legal,que depois você descobre que é coisa inventada pela sua mente e você não está vendo ninguém de fato,você tem que pagar um aluguel.O aluguel é pago com trabalho.Como se trabalha nesse mundo paralelo?Você tem três opções:varrer as enormes escadarias desse lugar que pode ser céu,plano espiritual ou sei lá o quê,pode vigiar a vida de algumas pessoas pro carinha que chamam de Deus e anotar os fatos ocorridos(claro,o trabalho mais disputado e que não consegui pegar até agora)ou não fazer nada.Entendam,fazer nada aí embaixo é muito bom,fazer nada aqui é muito chato.Muito chato mesmo.Você é obrigado a ficar imóvel por 4 horas,duas vezes por semana.Uma merda,né?Aí surgem várias perguntas como:e se eu disser um foda-se pra essa realidade de merda,o que acontece?Você vai pra um lugar muito ruim,Mercúrio.É um calor infernal e ainda tem um maluco que,de vez em quando,cisma de te dar umas chibatadas.E também surgem as perguntas de alto teor existencialista:eu sofri na Terra pra isso?O fim de toda a vida na Terra é isso?Sim.E não tem nada que se possa fazer.A realidade é uma merda.Na Terra ou aqui.Antes eu achava que viver era uma merda e morri.Só piorou.

Sobre Amity

É verdade.A música nem é tão boa assim.Mas eu viciei na tal da música.Peguei o XO do Elliot Smith só por causa da tal da Amity,que primeiramente imaginei ser nome de mulher mas depois saquei que poderia ser uma palavra do dicionário,e era.

Definition for amity:
formal friendship, especially between countries [≠ hostility]

Mas a parada é que Elliot Smith é legal pra caramba e eu gosto cada vez mais de bandas e músicos ingleses.Esse tempo nublado ajuda também.
Hoje fiz as coisas que tinha que fazer,mas continuo no Complexo da Anti-concentração/Desânimo causada pela falta de violão.
Às vezes tenho vontade de viajar,de começar a fumar e beber.Eu preciso relaxar.É sério.
E eu quero fazer um movimento chamado:I LOVE (Brazil).Vou explicar a idéia.Hoje na aula de História,o professor disse que algumas cidades(exemplos citados:Rio de Janeiro,Nova York)fazem com que as pessoas criem camisas como:I LOVE NY ou Amo ser carioca.A Questão é,se houver um movimento para que todas as pessoas amem o seu lugar de origem,elas vão se esforçar para investir no lugar e vão se dedicar a ele.De bairro em bairro,de município em município e,por fim,de estado em estado,o país vai crescer aos poucos porque vai ter pessoas lutando por ele com seu patriotismo.Na verdade,é uma utopia fodida numa esperança de maior patriotismo por parte dos brasileiros(que podem vir a se tornar brasilianos por motivos outros).

Ouvindo XO do Elliot Smith.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Sobre a falta do violão.

Eu me perdi.O violão foi pro conserto e eu não tenho como liberar angústia,tristeza e melancolia.Fotografia e literatura não solucionam o meu problema,mas a música sim.Ah,a música!Como eu sou dependente dela.Em menos de uma semana que estou sem o violão e já me sinto completamente desesperado.Inseguro,triste,apático,decepcionado e descrente.O violão fica pronto sexta-feira e a prova é no domingo.Não tenho conseguido sequer estudar direito e agora é o momento em que mais preciso estudar.Domingo é A PROVA e essa semana tem as provas da escolaridade.Até sexta-feira,sinceramente,eu vou estar perdido.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Sobre a vontade de seqüenciamento

Eu quero que tudo tenha lógica.Eu sento,reflito,me esforço,destruo,estrangulo meus neurônios e,nem assim,acho resposta pra tudo.Canso.Na verdade,cansei.Pra que resposta pra tudo?As coisas nem sempre precisam ter fim ou resposta.Por hora,tem me servido.Outra vontade,talvez a maior de todas as minhas vontades,é a vontade de seqüenciamento.Eu quero que as coisas sejam como uma Progressão Aritmética,exatamente isso,não tão rápido quanto a P.G. e possui uma razão,uma continuidade garantida.Mas os acontecimentos da vida,pelo menos da minha,constituem uma P.G.,que na verdade não é uma P.G. porque não tem "razão".E aí?Na ansiedade pra que as coisas dêem certo,elas passam correndo e acontecem simplesmente.Sem controle.Seria interessante ou engraçado,sei lá,sentar e conversar com o Tempo.Se o Tempo pudesse ser materializado,seria uma figura irônica e risonha.O Tempo é como a água.Quando você pensa que pode segurar,já escapou entre suas mãos,ou,quando você pensa que vai se salvar,volta a se afogar nela.Analogias são coisas legais,você pode passar um bom tempo fazendo.Mas voltando à questão do seqüenciamento,as coisas deveriam ter sempre uma continuidade bonita e alegre,mas a vida tem ritmo descontínuo e feio.Escrever é bom,independente do que você escreve.Por exemplo,esse curto momento que passei aqui,escrevendo esse texto,foi uma das coisas mais agradáveis que fiz no ano.

Um texto meio sem querer,mas que foi muito agradável de se escrever.Sintam-se leves ao lê-lo.
Feito ouvindo parte do Ok Computer.

domingo, 5 de outubro de 2008

Sobre alienígenas fazendo filmes caseiros

Um dia,eu estava assistindo um programa com entrevistas com pessoas importantes no Second Life.O que eu lembro é que,uma das pessoas,era a dona da PixelDolls.A PixelDolls é como se fosse a Dolce & Gabbana do SL.E essa mulher,jogadora do SL desde os primórdios do jogo,começou a ganhar muito dinheiro com a loja virtual.Além disso,ela conheceu o seu namorado,noivo,marido,sei lá pelo jogo.E ele também ganha muito dinheiro lá.Os dois compraram até casa só com o dinheiro do jogo.A partir dessa temática do Second Life,na qual as pessoas se envolvem demais,podemos refletir sobre o nível de distanciamento da sociedade atual e futura.Uma das entrevistadas dizia que não gostava de comprar roupas na vida real,só no jogo.Com isso,você vê pessoas que realmente deixam de viver fora do SL.O que está acontecendo é uma formação de alienígenas.Pessoas que vivem em suas casas e em uma determinada cidade,mas na verdade,não vivem essa vida.Cada vez mais,as pessoas se isolam em suas casas e lá dentro têm tudo de que precisam.Até a sua vida social.

Pra entender o porquê do título:

SUBTERRANEAN HOMESICK ALIEN - RADIOHEAD
The breath of the morning
I keep forgetting
The smell of the warm summer air

I live in a town
Where you can't smell a thing
You watch your feet
For cracks in the pavement

Up above
Aliens hover
Making home movies
For the folks back home

Of all these weird creatures
Who lock up their spirits
Drill holes in themselves
And live for their secrets

They're all uptight
Uptight.. (x7)

I wish that they'd swoop down in a country lane
Late at night when I'm driving
Take me on board their beautiful ship
Show me the world as I'd love to see it

I'd tell all my friends
But they'd never believe
They'd think that I'd finally lost it completely

I'd show them the stars
And the meaning of life
They'd shut me away
But I'd be all right
All right..

I'm just uptight
Uptight.. (x7)

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Fim-de-vida

Todo dia é um fim-de-vida.Pela tristeza e pela apatia dos dias.Todo dia é uma simulação do dia pré-morte.A rotina é cansativa,os dias são curtos demais,os amigos você não aproveita e a melancolia você sente.Todo dia é um fim-de-vida.Seja porque cada dia a mais é um a menos,ou pelo fato de que tudo é mórbido e efêmero.Tudo é tão raso e feio e sem expressividade e sem.Tudo é sem.As coisas não vivem,as coisas não têm.As coisas não são.O que há é a falta.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Sobre a incapacidade de ser impessoal

Os últimos textos postados no blog falam sobre mim,isso faz sentido.É o meu blog.O problema é que antes,tinham textos que falavam sobre mim e outros que eram a minha opinião acerca de algum assunto.Percebam,o segundo gênero de textos citado desapareceu do blog.Eu tenho me sentido tão incomodado com a minha personalidade que quando sento em frente ao computador,só quero escrever sobre isso.Isso é muito ruim.Antes,os meus textos do blog poderiam até servir de inspiração para futuras dissertações escolares bonitinhas e legais.Hoje,isso é inviável.Por que?Porque eu tenho sido incapaz de ser impessoal.Até esse texto é pessoal demais.

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Sobre o que quero e não posso.

Amanhã vou ler o A Hora da Estrela até o final.Vou pensar sobre o que vi no livro e me sentir feliz por ter finalmente feito uma coisa que tinha vontade faz tempo.Depois,vou ler os contos e crônicas que eu achar da Clarice Lisperctor e,se eu tiver vontade,vou terminar de ler O Castelo,que seria meu terceiro romance do Kafka.Após ter feito isso,eu vou procurar por livros do Dostoiévski e procurar por coisas do Tolstoi,pois só li A Morte de Ivan Ilitch(que,por sinal,é ótimo).Vou voltar a pensar e enxergar as coisas da maneira que gosto e vou me sentir feliz mais uma vez.Vou voltar a escrever só sobre as coisas que quero escrever e da maneira que eu gosto de escrever,com bastante simplicidade e pausa.Vou voltar a ter calma e grande paz interna.Tudo vai ser da maneira como eu gosto que seja.Tudo à sua hora e em seu devido tempo.Sem que os acontecimentos se atropelem sem parar.Eu vou parar de me agredir e me defender,significa defender as minhas vontades e anseios.Meu anseios vão ter equilíbrio e sensatez,à imagem e semelhança da minha personalidade.Eu vou ser o que eu gosto de ser.De novo.

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

"Todo mundo quer amor de verdade"

As músicas que você mais gosta,pouca gente conhece.Seu autor preferido,sua geração desconhece.O tipo de filme que você gosta,não interessa muito às outras pessoas.Agora,como eu seria feliz se eu não fosse egocêntrico e solitário?Imaginem se eu,com todas as preferências artísiticas que tenho hoje,precisasse de outras pessoas para me sentir feliz.Ou melhor,se tivesse a extrema necessidade de que alguém me compreendesse,já que ninguém me compreende.Eu estaria fodido!Sim,eu estaria.Então,o meu egoísmo não é um defeito.Defeito é a falta de profundidade dos que estão à minha volta,que me força a ficar trancafiado dentro do meu próprio mundo.

Todo mundo quer amor - Titãs
Todo mundo quer amor
Todo mundo quer amor de verdade
Uma pessoa boa quer amor
Uma pessoa má quer amor,
Quer amor de verdade
Quem tem medo quer amor,
Quem tem fome quer amor,
Quem tem frio quer amor,
Quem tem pinto saco boca bunda cu buceta quer amor
Ele quer
Ela quer
Ele quer
Ela quer
Todo mundo quer amor de verdade

sábado, 20 de setembro de 2008

Clarice?Clarice.

Sobre essa tentativa de resumir autores em frases de efeito.Muita gente adora pegar frases da Clarice Lispector e se utilizar delas.O problema é que com isso,passa-se uma imagem vulgar e pseudo/wannabe-profunda da autora,o que não a define efetivamente.Não que eu já tenha lido pelo menos um romance da Lispector mas pelos contos dela percebe-se que não é o que as frases de perfil de orkut e de exposições mostram.Hoje fui a uma exposição da Clarice.Clarice Lispector - A Hora da Estrela.Pelo nome da exposição espera-se algo apelativo,porque o título passa essa visão,mas não é ruim.A exposição é pequena,verdade,mas não é desinteressante.Tem livros dela pendurados caso as pessoas queiram ler,tem a única entrevista concedida por ela a uma rede de televisão,cartas trocadas entre ela e o filho ou amigos e várias outras coisas.Sobre a entrevista,ela foi realizada em 1977,ano da morte da autora e,também,ano de lançamento do livro mais conhecido e bem-sucedido,best-seller tupiniquim e tudo mais que é A Hora da Estrela.De vez em quando eu me pergunto o porquê desse título.Talvez a Estrela do título faça referência à protagonista nordestina do livro.Só lendo para saber.Mas a exposição não serviu apenas para que eu revisse algumas partes de uma entrevista e para que eu chegasse à conclusão inicial desse texto aqui.A ida ao local da exposição,serviu para que eu comprasse o livro Água-viva,que a menina da livraria disse que é bem legal.Agora já tenho um romance da Clarice Lispector em casa.O que falta?Falta dinheiro pra comprar outros livros,porque eles estão com um ótimo preço por lá e reflexão para saber se é o momento certo para começar a ler o livro já que as coisas esse ano estão um pouco complicadas.Por exemplo,não consegui ler um livro do Gabriel García Marquez porque estava atrapalhando minha linha de raciocínio matemático.Mas tudo vai ter valido a pena.Mas tudo vai ter valido a pena.Mas tudo vai ter valido a pena.Mas tudo vai ter valido a pena?Será que valeu a pena mesmo?Mas tudo vai ter valido a pena,eu acho.

sábado, 13 de setembro de 2008

não.

Às vezes,você acha que as coisas vão começar a dar certo.Começa-se a enxergar sonhos como coisas palpáveis.Vê-se construída a realidade que sempre quis.E não acontece.Você falha de novo,ou não.Mas as coisas insistem em dar errado.Eu não sei se é o excessivo pessimismo que faz com que isso aconteça.Acho que não.Acho que houve uma conspiração fantástica,antes que eu nascesse,a favor da minha solidão e tristeza.Poderia até dar um livro:O Ministério de Minha Melancolia.Eu imagino isso porque tudo que me cerca contribui para que eu seja mais eu,logo,que as coisas voltem a dar errado.Desde a maneira como me ensinaram a enxergar as coisas até o lugar onde vivo e as pessoas com as quais eu convivi.Tudo me empurra de volta à tristeza.Mas acho que já se tornou normal.Já me acostumei e só incomoda de vez em quando.

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Bons tempos

Eu não acho que as coisas estejam todas erradas,como muitos alegam.Exatamente porque,eu acredito que toda época tem seu problemas e suas características positivas.Acho que é muito mais válido analisar o presente e extrair o melhor dele do que ficar olhando pro passado e pensando:"Como seria bom se fosse assim!"Acho que já falei isso aqui antes.Esses são os melhores tempos que já houveram,porque você nunca viveu em outra época(pelo menos não se tem uma lembrança clara disso).A humanidade é cheia de mazelas,disparidades sociais e falta de oportunidades para vários,é verdade.Mas quem sabe lutar pelos seus objetivos de maneira correta e inteligente,independente de classe social,consegue atingir seu objetivo.
Confuso,mas o texto está aí!

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Clichê

Sim,eu mesmo.Estou clichê,sim.É que hoje escrevi uma redação falando sobre "o impacto das ações humanas sobre o meio ambiente" e tudo foi muito clichê.Minhas dissertações pra escola e concursos são bem clichês,sim,mas eu era propositalmente piegas.Agora nem é intencional,é natural.E isso é ruim,é péssimo,é clichê.E além disso minha mente está muito instável.E é complicado lidar com essas nuances mentais no meio do seu curso preparatório pra concursos,porque nunca se sabe o que esperar da sua mente.Hoje você sabe escrever,amanhã não se sabe.Hoje você consegue resolver questões de geometria e amanhã?Não se sabe.
E pra provar que eu acho que todo mundo tem que se amar e fazer a sua parte porque a vida segue com ou sem você,segue abaixo uma letra legal dos Beatles.

Within' You Without You - The Beatles

"We were talking...
about the space between us all
and the people
who hide themselves behind a wall
of illusion
never glimpse the truth
when it's far too late...
when they pass away.....

We were talking about the love we all could share
when we find it...
to try our best to hold it there
(with our love)
With our love we could save the world,
If they only knew.......

Try to realise its all within yourself
no one else can make you change,
And to see you're really only very small
and life goes on within you
and without you.
*
We were talking
about the love thats gone so cold
And the people
who gain the world and lose their soul
they dont know
they cant see..
Are you one of them?...

When you've seen beyond yourself
then you may find peace of mind is waiting there
And the time will come when you see
we're all one and life goes on within you and without you."

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

mente vazia,texto ruim

Eu não te entendo,eu não quero te entender.Eu não me preocupo com as suas dificuldades e não me importa o quanto você sofre.Se sua rotina é difícil,o problema é só seu.Se és violentado(a) não me importa.Se teu pai chega bêbado toda noite e te agride,foda-se.Se você sai de casa com muito medo,porque seu irmão morreu baleado ontem,tanto faz.Se sua mãe te teve com 15 anos de idade e é mais imatura que você até hoje,não me interessa.Eu não enxergo tua realidade e nem quero enxergar.Eu não faço parte da sua vida e nem você da minha.Mas,por favor,me acuda sempre que eu precisar.

domingo, 17 de agosto de 2008

Daquelas incompreensões antiquadas.De séculos passados,de filmes e novelas de épocas.A incompreensão extremamente dramática,sofrida e insolucionável.Essa é a minha incompreensão.Ela não é compatível com o meu tempo,com o lugar em que vivo ou com as pessoas que me cercam.Os meus questionamentos fogem ao óbvio em um lugar em que tudo é vulgar e óbvio.As minhas reflexões são tão complexas quanto os problemas sociais que eu observo todos os dias ao sair de casa.Sou incompatível com tudo e todos.E a guerra eterna contra a maré (quase) imbatível segue seu caminho.

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

"Por que você faz cinema?"

"Para chatear os imbecis,
para não ser aplaudido depois de seqüências
dó de peito
para viver à beira do abismo,
para correr o risco de ser
desmascarado pelo grande público,
para que conhecidos e
desconhecidos se deliciem,
para que os justos e os bons ganhem
dinheiro, sobretudo eu mesmo, porque de outro jeito a
vida não vale
a pena,
para ver e mostrar o nunca visto,
o bem e o mal, o feio e o
bonito,
porque vi ´simão no deserto`,
para insultar os arrogantes e
poderosos quando ficam como ´cachorros dentro d'água`
no escuro
do cinema
para ser lesado em meus direitos autorais."

Isso foi dado como resposta por um cineasta chamado
Joaquim Pedro de Andrade à pergunta
"Por que você faz cinema?"
Não seriam por esses motivos(não por todos)
mas o cinema é uma coisa que me atrai bastante.
Na verdade,acho que todo mundo é atraído pelo cinema.
Mas,por vezes,eu sinto muita vontade de trabalhar com isso.
Dirigir pelo menos algum curta ou alguma coisa assim.
Mais um plano empilhado na estante de minhas vontades.
Tomara que se realize.


quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Eu me sinto como se não tivesse nada a escrever.Acho que não tenho me reconhecido.Estou escutando tipos de música que não escutava fazia tempo e fazendo coisas que em sã consciência eu não faria.As coisas estão acontecendo de maneira muito estranha e rápida.Eu não tenho tido sequer coragem para averigüar o que tem acontecido à minha volta por medo de enxergar quão ruins as coisas têm sido e querer desistir.Agora não vale mais a pena e nem faz sentido desistir.Mas vai valer a pena todo o sacrifício,tem de valer a pena.Se dessa vez as coisas não derem certo,sinceramente não sei o que fazer.
Ah,como prova de que estou fazendo coisas que não faço há tempos,tenho escutado principalmente Sonata Arctica.Mas também esutei Blind Guardian e Epica(coisa que não fazia há muito tempo).E não é por nostalgia.Às vezes me sinto um pouco perdido entre minhas escolhas.Como fui eu que escolhi ter toda a responsabilidade e pressão que tenho hoje,o peso é muito grande e eu não sei como aliviar tudo isso.Às vezes escrever não basta.

Ouvindo:Paid In Full - Sonata Arctica

domingo, 10 de agosto de 2008

Três coisas que me assustam:
01:
02:
03:
Três coisas que eu estou sentindo agora:
01: O meu dedo tocando o teclado.
02: O violão sobre minha perna.
03: Dúvida.
Três coisas que tenho ouvido no meu telefone:
01: Alô
02: É o Felipe?
03: Beijo,tchau!
Três coisas que eu odeio:
01: Cheddar.
02: Futilidade.
03: Vulgaridade.
Três coisas que eu não entendo:
01: As pessoas à minha volta.
02: Beisebol(só alguns detalhes)
03: Carnaval brasileiro.
Três nomes:
01: Melissa.
02: Luísa.
03: Mariana.
Três coisas em cima da minha mesa:
01: Teclado.
02: Mouse.
03: Minhas mãos.
Três coisas que eu estou fazendo agora:
01: Fazendo isso aqui.
02: Tentando responder de maneira séria.
03: Mais nada.
Três coisas que eu quero fazer antes de morrer:
01: Publicar um livro de minha autoria.
02: Me sentir em paz por mais de 1 ano.Relaxar.
03: Aprender a tocar algum instrumento.
Três coisas que eu sei fazer:
01: Jogar futebol.
02: Me expressar bem(muita gente não sabe).
03: Jogar Tetris.
Três coisas que eu não consigo fazer:
01: Achar legal cometer ilegalidades.
02: Aceitar,sem relutância,a futilidade e a vulgaridade.
03: Comprar uma boa placa de vídeo.
Três maneiras de descrever minha personalidade:
01: Legal.
02: Não sei.
03: Se alguém for comentar,por favor,responda por mim.
Três filmes que você deveria assistir:
01: Persona.
02: Réquiem para um sonho.
03: Pulp Fiction.
Três filmes que você NÃO deveria perder seu tempo assistindo:
01: Os Mensageiros.
02: Hancock.
03: A maioria das grandes produções,blockbusters e afins.
Três comidas favoritas:
01: Strogonoff.
02: Frutos do mar.
03: Lasanha.
Três coisas que eu gostaria de aprender:
01: Vocal lírico.
02: Alemão.
03: A ser mais otimista,às vezes.
Três coisas que eu bebo regularmente:
01: Água
02: Leite
03: Iogurte.
Três programas de TV que eu assistia quando era pequeno:
01: Castelo Rá-Tim-Bum
02: Power Rangers.
03: CDZ.
Três programas de TV que não perco por nada:
01: Não tenho
02: tido tempo
03: para assistir TV.
Três lugares:
01: Teresópolis.
02: Petrópolis.
03: Aqui.
Três pessoas:
01: Eu.
02: Eu.
03: Eu.
Três coisas que faço todo dia:
01: Sentir sono.
02: Sentir cansaço.
03: Andar.
Três coisas que fiz hoje:
01: joguei ps2.
02: comi batata.
03: assisti vídeos do radiohead.
Três coisas na gaveta:
01: Xadrez.
02: Roupa.
03: Joypad.
Três datas importantes:
01: Todo dia.
02: Não sei.
03: Não sei.
Três anos importantes na minha vida:
01: O próximo.
02: 1993.
03: Todos os outros em que vivi.
Três coisas que me fazem chorar:
01: Bocejar.
02: Cebola.
03: Boys don't cry.
Três coisas que desejo pra você:
01: Bons Livros.
02: Boa música.
03: Paz.

quarta-feira, 30 de julho de 2008

É uma pena que eu tenha perdido,mas eu lembro que tinha uma edição da revista VEJA que dizia que estavam tentando fazer testes para descobrir porque o jovem brasileiro é tão burro.O que esses pesquisadores se questionavam era porque a criança brasileira é tão inteligente e capaz e o jovem tão fútil.Na matéria citava o sistema de ensino brasileiro público que é péssimo(e na verdade,o particular também)e tudo mais.
Agora saiu uma outra reportagem no jornal O GLOBO que citava o livro The Dumbest Generation do Mark Bauerlein,que fala sobre como essa era digitalizada emburrece e empobrece a mente das pessoas dessa geração.Durante a reportagem,eles aplicaram ao Brasil essa reflexão e acaba mostrando que o mesmo processo se dá por aqui.O jovem consegue passar horas em programas como o Messenger,entretendo uns aos outros com vídeos do YouTube e coisas do tipo,mas não tem a capacidade de simplesmente conversar.Não tem a capacidade,como em outras gerações,de passar horas se utilizando da conversa como o próprio entretenimento.Por mais que haja conversa,sempre tem que ter outra coisa envolvida,como assistir um filme ou sei lá o quê.
Agora a minha opinião é:claro que não conseguem passar horas conversando.Conversar sobre o quê,se não têm capacidade de argumentação ou algo pra falar?Essa uma geração que foi criada numa cultura de extrema superficialidade e imediatismo.Falta conteúdo.Professores falavam nessa reportagem sobre como os jovens faziam pesquisas na internet.De acordo com eles,o jovem só vai à pagina,verifica se é aquilo que quer e copia e cola sem maiores leituras.O problema também é,se os professores cobrassem trabalhos e pesquisas da maneira devida,o aluno que só copiou e colou não conseguiria se safar.Tá tudo muito errado.Pra que as coisas evoluíssem de maneira mais efetiva por aqui,teria de ser reformulado todo o sistema de ensino.Desde a formação dos professores até a infra-estrutura de todas as instituições.Mas isso toma tempo,muito tempo.Ainda mais num país gigantesco,cheio de diferenças culturais em cada região e com enormes deformidades.Há esperança?

Texto mal-escrito mas...

terça-feira, 29 de julho de 2008

Conclusões do dia:
1 - Quanto mais desequilibrado,mais criativo(eu).
2 - O mundo não é bonito,as pessoas não são legais e as coisas não vão dar certo no final(ensine aos seus filhos).
3 - Coisas boas não simplesmente acontecem,você que tem que fazer com que elas aconteçam.
4 - Extrema vulnerabilidade emocional no meio da rua não é legal.
5 - Se Romeu e Julieta se passasse no Rio e nos tempos de hoje,seria uma história horrível.
6 - Shakespeare é pop.
7 - Sandman é muito legal.
8 - Contar coisas muito pessoais pra alguém,é muito estranho.
9 - Minha geração é burra(sério?!).
10 - Ser minoria é uma merda.

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Às vezes,eu gostaria de ser mais comum,óbvio.É estranho olhar pros outros e não se enxergar.Conversar com muitos e não se identificar.Não saber a que lugar pertence,ou saber,e não ter acesso a ele.No final,cansa ser você mesmo.No final,cansa remar contra a maré.É a sua força braçal inexpressiva contra uma correnteza grotescamente mais forte.É um anão franzino contra um gigante musculoso.É apanhar todo dia e não saber de onde vem a pancada.Resumindo:é uma merda.

Deus te deu tudo,menos o controle sobre a sua vida.
Felipe Azevedo,28/07/08

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Nada tem cor!Falta cor nessa merda!Cadê a porra da expressividade,da emoção,da agressividade,do desejo,do desequilíbrio?Tudo gira num equilíbrio descomunal e inexistente.Feio,falso,impuro.Nada tem cor!Nada.Nada vale a pena.
Cadê a sinceridade excessiva?Cadê a coragem?Isso tudo sumiu.As pessoas sussurram e só.Já não há mais discussões,ofensas.Cadê a busca pelo sentido da vida,pelo sentido da morte?Cadê os babacas que fumam baseado e ficam falando de existencialismo sem ter um porquê?Ah,já sei!Isso só existe em filme,em livro.A vida é uma merda e sempre será essa merda.Esse muro,esse grande muro de artificialidade.Essa maquiagem fosca e tosca.Essa hipocrisia desnecessária!AAAAAAAhHHHHHHHHHHHH!!!!AAAAAAAAAHHHHHHHH!!!!Não dá nem pro chorar de tanto que perdemos a expressividade.O sentimento impulsivo.Arrancaram nossas garras e chuparam nosso cérebro.Porraaaaaaa.

Merda.Falei demais.Desculpe.

sábado, 19 de julho de 2008

Pinte um quadro da sua vida.Imagine como ele seria.Em preto e branco?Cheio de cores?Eu acredito que o da maioria das pessoas seria branco e ponto.O mundo transborda em futilidade e está abarrotado de gente vazia.Não há objetivos,não há planos.Só querem ser felizes e tudo mais.Felicidade?O que é a felicidade?A maioria das pessoas declara estar buscando por algo mais abstrato do que o seu próprio discernimento(que geralmente é quase nulo).Mas também seria inválido olhar pra fora e não tentar se criticar também,não haveria evoluções,então,se eu tivesse que pintar um quadro sobre minha vida,seria sombrio.Teria muitos espinhos e pedaços da minha carne agarrados ali.E eu falo nisso,entendendo que quando se quer atingir um ponto mais elevado,o sacrifício é necessário.Hoje brigo com espinhos,para amanhã colher frutos belíssimos.Seria um quadro distinto,pouco inteligível ou acessível na sua essência mas teria uma camada de obviedade antes disso,para representar a camada artificial que preciso mostrar às outras pessoas.Eu espero que o quadro de qualquer um que esteja lendo isso,seja belíssimo e se ainda não houver beleza nesse quadro,que a pessoa seja capaz de dar essa beleza.Trocar os pincéis e renovar os tons de sua própria vida.


Lembra coisas mais antigas minhas,de quando eu lia várias coisas do Nietszche e tudo mais.Um novo velho texto.
Deixar-se ir pelo deixar-se ir.
Deixar-se em vão,deixar-se então
Deixar-se apenas.
Deixar-se somente.

Deixar-se ir pelo deixar-se ir.
Deixar-se em vão?
Deixa-te então,
viver.
Viver tudo que se pode viver.
Sofrer,sentir,doer.
Plantar,colher,morrer.
Sentir morrer?
Não.
Viver para não sentir morrer.
Pensar?
Jamais.
Viver.
Viver apenas.
Viver simplesmente.

Permitir-se ir e não voltar.
Não hesite em se desligar
de tudo que és,de tudo.
Que te prende,que te solta,que te faz.
Vá.
Foste(Ide) em paz?(!)*


*Final Alternativo

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Myxomatosis(it aches harder and harder,day by day)

I'm a rabbit.I'm sick.Really sick.It aches harder and harder,day by day.They told me I have myxomatosis.I don't know what myxomatosis is.They told me it was a disease.And I became sad thinking about the disease I had,and didn't know how to cure.The doctors here are just like that.You pay,they press your finger against the wall and tell you your disease.But they don't have treatments or ways to cure the diseases they discover.Now I have three diseases:Myxomatosis,Sadness and Stress.They say,nowadays,it's normal to feel sad and depressed,but if it was bothering me too much,I could go downtown and have a personal psychiatrist.
I bought the psychiatrist and everyday I talked to him about my problems.The only thing he used to say was:
_Try to relax and rest a little bi(t).
He had a problem to pronounce the word bit,and just used to say bi.Instead of buying a new one,I sent him to rubbish.The other day I went to see the doctor again and he told me that I needed a girfriend.I went to lots of parties looking for rabbit girls,but I was too sick and no female wanted me.I didn't find a girl for me,but I found out how much I liked to drink whisky by myself. So I bought a couple of bottles of whiskey and drank all of them,by myself,of course.I realized I was spending too much money with whisky,so I decided to stop.But,incredibly,I just couldn't do it.I didn´t have the strength or power to do it.So I went to the doctor once more,and he told me that If I paid him a little quantity of money,he could show me a group for rabbits with alcoholic problems.
Then,he took me there.There,I met rabbits with the same problems I had and I felt comfortable knowing I was not alone.I stopped drinking and now I play Rabbit Soccer with my alcoholic meeting partners.Life was so good!I just felt pleasure!No more pain!But,one day,I was reading an article from a very nice local newspaper,and I saw a doctor talking about a disease called Myxomatosis.And then I thought:
_Oh!I've got myxomatosis!I'll read the article so I can get the help I need to heal it.
The article was from a medicine man from a tribe of rabbits on the other side of the ocean.It had a really hard and technical vocabulary,though.But the only thing I could understand from it was that Myxomatosis is a disease that kills rabbits.Since then,I've been really worried about it.Worried about how much time I had.And I decided I would never go out again,because I could pass it to another rabbit.And it really hurts now.I think I'm going to die.It aches harder and harder,day by day.

segunda-feira, 14 de julho de 2008

não é verdade

Eu tinha uma amiga muito próxima.O nome dessa amiga era Alegria.Um dia desses ela sumiu(como pode isso?) e surgiram,para substituí-la,umas pessoas que eu não gosto tanto assim mas que já me acostumei.Eles são:Melancolia,Tristeza,Decepção,Instabilidade,Descontrole e Desequilíbrio(e eles também são muito amigos entre si).Um dia desses,eu achei que tivesse reatado o contato com uma outra amiga,a Felicidade,mas também fora engano,tanto que ela nunca mais me ligou.Dentre tantos amigos,é impossível se sentir só.Mas quando esses não estão por perto(ou até mesmo quando estão)tenho um outro amigo,que talvez seja o mais próximo:Solidão.Ah,esse sim é amigo dos bons!Não me larga de jeito nenhum.É um apego que por vezes chega a cansar,tanto a mim quanto a ele e,nessas horas,ele finge que vai embora mas é só fingimento mesmo.Como é bom ter amigos!

sábado, 12 de julho de 2008

texto

1:Já viu qual é a nova moda?
2:Ham?
1:Vender órgãos pela internet!
2:Sério?!E é caro?
1:Acho que sim,mas não me lembro dos valores.
2:Qual parte do corpo você venderia?
1:Eu venderia a alma,pra não ter mais consciência.Tá valendo?
2:Não.
1:Então,acho que o rim,não é?Dá pra viver com um só.
2:Verdade.
1:E você?Qual órgão venderia?
2:Acho que o rim também.
1:Logo que eu puder vou deixar por escrito uma autorização para doarem meus órgãos quando eu morrer.
2:Isso é legal.Ninguém sai perdendo.Nem você,nem muito menos a pessoa beneficiada.
1:Quanto custaria o meu cérebro?
2:Não sei.Eu não compraria.
1:Por que não?Eu sou tão burro assim?
2:Porque seria caro fazer uma operação para aplicação de cérebro.
1:Mas imagine que você é um cientista e precisa estudar com um cérebro de verdade.
2:Aí seria uma boa opção.
1:Mas saindo um pouco da realidade.Por quanto você compraria meu cérebro?
2:Uns R$500,00 seria o bastante.
1:Só isso?
2:Claro.Não teria muita utilidade para mim.E por quanto você compraria o meu?
1:Eu compraria por R$450,00.
2:Ué?!Reclamou do preço que eu escolhi e ainda colocou um mais baixo.Por que isso?
1:Você é um idiota,vazio,sem reflexões e sem futuro.Por que motivo iria eu,ser de valores nobres,querer comprar o seu cérebro?
2:Então é assim mesmo?
1:Sim.
2:Eu não compraria o seu,porque você reflete muito e faz pouco.Assim,as coisas não vão pra frente na vida de ninguém.
1:Então,seu babaca,eu vou embora dessa merda agora.
2:Vai que não faz falta.
O personagem 1 se apoia no seu carro,pensa um pouco e entra.Senta-se confortavelmente e acelera.Passa da primeira para a segunda marcha.Da segunda para a terceira.Da terceira para a quarta.Da quarta para a quinta.O personagem 1 morreu depois de bater num poste próximo a um posto de gasolina qualquer,quando estava atingindo 120 km/h.O personagem 2 termina de beber sua fanta laranja,acende um cigarro e termina com ele.Faz isso com outros 4 cigarros.Escreve um bilhete qualquer e deixa na mesa.Sai daquele lugar,compra uma corda;coloca numa árvore qualquer e amarra.Depois disso,o personagem 2 se enforca.

domingo, 15 de junho de 2008

1

Escuto as mesmas bandas que escutava ano passado.Estudo na mesma escola que estudava ano passado.Meu autor preferido é o mesmo do ano passado.As pessoas que quero manter próximas são as mesmas do ano passado.Nem tudo ficou igual.Me sinto pior que no ano passado.Eu estou muito mais desequilibrado que no ano passado.Estou muito mais triste que no ano passado.As coisas me incomodam muito mais do que no ano passado.Mas nem tudo é tristeza.Fico feliz de 23:00 até 5:30 da manhã(quando estou dormindo).Vibro com as minhas vitórias(quais mesmo?).Não me senti muito mal(hoje).E tenho esperança de que o amanhã será melhor(faz tempo que espero pelo amanhã).Desculpe,eu menti.Tudo é triste,sim.Tudo é uma merda,sim.Escrever isso tudo é uma puta duma viadagem,sim.Amanhã vai ser pior,sim.Vai melhorar?Não.Vou conseguir ajuda?Não.Continuar pensando que tudo vai ser uma merda faz com que isso se concretize?Sim.Eu consigo parar de pensar assim?N..

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Estava assitindo a uma reportagem hoje,que falava sobre a liberdade e a falta dela durante o período da ditadura militar.Falta de liberdade de expressão deve ser péssimo mas mesmo assim cabe aqui uma reflexão.Foi durante o período de ditadura que nasceram alguns dos mais importantes movimentos artísticos do país,vide Tropicália,Cinema Novo,o surgimento da Bossa Nova e o fortalecimento do rock brasileiro ointentista.Legal.Depois do final da ditadura,quais movimentos artísticos relevantes surgiram no país?Eu não consegui pensar em um sequer.O povo parou de pensar?Exatamente quando nos foi dada a tão sonhada liberdade,pára-se de refletir,de pensar?A música popular brasileira que eu tenho visto surgindo traz algumas coisas boas mas se MPB realmente significa o que a sigla nos traz,todas essas bandas de pagode,o funk e grupos sertanejos(como Bruno e Marrone,que estão todo ano na lista dos 10 cds mais vendidos do país e outros)fazem parte dela.Resumindo,a arte popular no país está uma merda.O cinema brasileiro de qualidade não é assistido no país,a música de qualidade,em grande parte,está escondida no underground sem gravadora,sem produtor e sem mercado.Conclusão:o povo brasileiro só pensa e cria arte de qualidade quando é proibido de fazê-lo.Ter liberdade é ótimo.Mas o que estamos fazendo com ela?

sábado, 7 de junho de 2008

sadness,desolation,isolation,loneliness,unhappiness

Eu não me sinto bem,eu não tenho inspiração,tudo tem sido uma merda.As pessoas à minha volta são merdas,o ciclo vicioso que se tornou a minha vida está virando uma merda.O meu próprio cansaço está me deixando puto.Não consigo assistir um filme ou peça sem sentir dor-de-cabeça ou sono,isso quando não pego no sono.As minhas virtudes somem frente a minha perplexidade para com tudo que me cerca.Eu me sinto desamparado e quando procuro amparo me decepciono e as coisas só pioram.Não sei onde buscar ajuda e não tenho em quem confiar.Durmo todo dia sabendo que o dia de hoje foi uma merda e que o próximo vai ser pior e que a próxima semana vai ser pior.Sei disso porque estou me emaranhando cada vez mais nisso tudo que eu não tenho controle.A estabilidade que eu tinha na minha vida foi para a puta-que-pariu.Eu não consigo ficar triste o bastante para chorar e aliviar tudo isso,nem feliz.É sempre assim.O ciclo se repete.O eterno retorno de merda.O eterno retorno de merda.O eterno retorno de merda.Até quando vai se repetir?

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Inversão de valores

2 textos de um momento de indignação.

TEXTO 1
O certo é o errado.O errado é o certo.Na música,na escrita,na fala,na arte.Na vida.Tudo ao contrário.Tudo certo.Tudo errado.O que é bom,é visto com maus-olhos e o que é fútil e passageiro,é extremamente valorizado.Com essa admiração da instantaneidade,o conhecimento duradouro morre.E com ele,a inteligência humana.
Des-evolução?

TEXTO 2
O privilégio e destaque dado às coisas materiais.As coisas temporárias,a elas têm sido dado o topo do mundo e dos valores.Fala-se errado,porque é mais simples.Se é vulgar,por ser mais simples.Busca-se pela facilidade e praticidade em tudo e como resultado,encontra-se futilidade e vazio.Futilidade e vazio.A futilidade não é sequer uma palavra que espante as pessoas.Tornou-se comum,a vulgarização dos valores.Músicas que,antes sofriam preconceito pelo seu conteúdo agressivo e estúpido,agora é acolhido por todos.Os bons filmes lançados,ficam pouco tempo em cartaz ou quando não,têm como destino cinemas alternativos ou redes pequenas de cinema.É a desvalorização da beleza que,gera a desvalorização da moral.Não tem-se mais respeito pelo tradicional.Instituições respeitadas são substituídas por outras novas.Por quê?Porque o novo,o mais arrojado e moderno é o que importa sempre.A moral humana vai ao poço junto ao senso crítico.O que faz sentido?Alguma coisa ainda faz sentido?E até quando vai fazer sentido?Eu já não sei reponder as duas últimas.

sábado, 5 de abril de 2008

Rede de esgoto

Um grupo de pessoas analfabetas,no meio de várias pessoas alfabetizadas.As analfabetas começam a fazer algumas amizades e,os amigos dos analfabetos começam a se utilizar do vocabulário dos analfabetos,por ser mais fácil.Os amigos dos analfabetos começam a se utilizar desse vocabulário para conversar com seus amigos alfabetizados que,acham a proposta interessante.Um acréscimo à lingua já existente.Em algumas gerações,ninguém sabe falar direito a língua materna.Um doce pra quem adivinhar o país.
A merda se alastra e o ouro não vinga.

domingo, 23 de março de 2008

o babaca

Você é babaca?
Acho que não.
Claro que é!
Por que você acha isso?
Porque nada que você diz faz um pingo de sentido.Na verdade você não é babaca,você ficou babaca.
Como assim?
Há uns dois anos atrás você fazia sentido.
Eu falo muita merda?
Não sei se é merda,só sei que não faz sentido.Às vezes é complexo demais,por vezes simples demais.O que tem mudado em você?
O cansaço.
Que cansaço?
O cansaço.Estou cansando de ser o que eu sou.E nem sempre eu sou o que eu sou ou o que deveria ser.A cada ano eu sou algo diferente,a cada dia que passa eu me surpreendo mais ainda com a minha personalidade.E eu já estou velho demais pra ficar me assustando,me surpreendendo com a minha personalidade ou com qualquer outra coisa.Eu já deveria ter uma personalidade fixa,constante,segura.
Que babaquice.Isso é falta de boceta.
Isso é falta de uma porrada de coisas.Estou cansado.
Viu?Você só fala merda.Parece que não fala coisa com coisa.
É...deve ser isso então.

domingo, 9 de março de 2008

Era um lugar chato,de pessoas chatas e estruturas chatas.Olhava-se a volta e via-se apenas lixo e poeira.Esta era a visão de X.Achava tudo naquele lugar pateticamente detestável e o seu repúdio por tudo aquilo,só crescia.Um dia,andando pelos campos de sua melancolia em algum sonho ou realidade -- tanto faz --X encontrou uma Y que lhe perguntou o porquê de expressões tão rígidas,sérias,sofridas.E X respondeu que era por causa daquele lugar.A sujeira -- literal ou não -- daquele lugar o(a) infectava.AS expressões nojentas que fazia a todo o tempo,apenas refletia a merda(!) ao seu redor.A garota deu de volta respondendo que achava o lugar lindo e que tudo era perfeito,e que todas as pessoas eram lindas e perfeitas,e todo bueiro,ralo,vala era linda.Não havia nada para se reclamar.Depois de se surpreender com visão tão diferente da sua,X sentiu vontade de gostar de Y -- talvez aquela pessoa tornasse as coisas mais agradáveis naquele lugar -- mas não conseguiu.Depois disso,a (es)história acabou.

sábado, 8 de março de 2008

no fundo,eu sei que viver é um porre.eu finjo achar divertido a babaquice dos outros mas,na verdade,eu só rio porque acho a maior babaquice.eu sou muito irônico,sarcástico.eu tento me convencer de que tudo é muito legal,divertido mas,no fundo,eu sei que isso tudo é um porre.as coisas ficaram complicadas por esses dias mas eu já estou melhor.acho que tudo tem sido sempre uma merda.porque,observem comigo,ontem foi uma merda,anteontem foi uma merda,dois anteontem foi uma merda,três anteontem também.ah,mês passado foi meio complicado também.o ano passado foi muito legal mas,no fundo,também tem a merda lá.não cumpri meus objetivos.quando eu tinha 9/10 anos achava a vida uma merda e estava sempre triste.acho que tudo sempre foi uma merda mesmo.MAS,amanhã vai ser ótimo.Vai ser maravilhoso,tudo vai mudar.As flores vão se abrir,o sol vai se abrir,o céu vai se abrir,tudo e todos vão se abrir para mim.que bom que amanhã sempre será melhor do que hoje.SEMPRE!

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

É...me foderam.Eu cresci ultrapassado.Me criaram de maneira ultrapassada.Eu não me encaixo nesses tempos em que não se tem tempo e nesse lugar,onde tem que se pensar pouco para ser feliz,já que nem sequer existe tempo para pensar.A minha maneira de pensar é muito moralista,purista.Eu não combino com esses tempos.Não me criaram como deveriam.Me ensinaram a pensar e a ser bom e correto.São 3 características que não combinam com esses tempos.Eu não pertenço a esse tempo em que estamos agora,mas nunca pertenci a outro.Pertenço a lugar nenhum e a tempo algum.De onde e de que tempo sou?Há tempo para ser o que sou?

sábado, 9 de fevereiro de 2008

it must be really comfortable to be like you.
why is that?
you're always fine,having lots of chicks around you.it's just so easy.
it's not that i am always fine but YOU are always bad.
it's hard for you to understand.some boys like girls and that's fine.
yes.
some boys like boys and they suffer.but it's the price you pay.
i hate gays.
that's what i'm talking about(prejudice,discrimination).some people even like animals to be their "fuck buddy".
disgusting.
but what can you do when you don't like any of them?
kill yourself.
i've tried but my mother needs me,it would be quite selfish.that's why i'm always sad.
do you know masturbation?
nothing can sex me up.
man,how did you get to this point?
i don't know.i really would like to know...
and if we die?
no one is gonna die.
everybody is going to die.
one day,not now.
why not?
i know,something tells me.
ok,then.

Pulei.Pulei dum pulo idiota e escroto.Soquei paredes,gritei e me machuquei.Nada funcionou.Continuava me sentindo vazio.Comecei a refletir e pensei coisas grandiosas e maiores do que minha própria mente.Daí,passei a me sentir completo.Depois,cansei de refletir e fui caminhar.Caminhava apenas.Sem reflexões,devaneios ou dúvidas.Cheguei em casa e o vazio me tomou de novo.Sentei e li.Li três livros.Virei a noite lendo livros.Mas percebi que o que ficava em minha mente agora eram reflexões alheias.Chorei,chorei.Chorei por três noites e três tardes e três manhãs.Depois,não havia mais nada para se fazer.Sentei e admirei o nada,e foi só.