quarta-feira, 30 de dezembro de 2009
Samba e Lápis
quinta-feira, 24 de dezembro de 2009
PS.:É madrugada e estou escrevendo no escuro,não reparem se o que vocês acabaram de ler foi bem-escrito.
Enfim,aqui vai o poema:
if it doesn’t come bursting out of you
in spite of everything,
don’t do it.
unless it comes unasked out of your
heart and your mind and your mouth
and your gut,
don’t do it.
if you have to sit for hours
staring at your computer screen
or hunched over your
typewriter
searching for words,
don’t do it.
if you’re doing it for money or
fame,
don’t do it.
if you’re doing it because you want
women in your bed,
don’t do it.
if you have to sit there and
rewrite it again and again,
don’t do it.
if it’s hard work just thinking about doing it,
don’t do it.
if you’re trying to write like somebody
else,
forget about it.
if you have to wait for it to roar out of
you,
then wait patiently.
if it never does roar out of you,
do something else.
if you first have to read it to your wife
or your girlfriend or your boyfriend
or your parents or to anybody at all,
you’re not ready.
don’t be like so many writers,
don’t be like so many thousands of
people who call themselves writers,
don’t be dull and boring and
pretentious, don’t be consumed with self-
love.
the libraries of the world have
yawned themselves to
sleep
over your kind.
don’t add to that.
don’t do it.
unless it comes out of
your soul like a rocket,
unless being still would
drive you to madness or
suicide or murder,
don’t do it.
unless the sun inside you is
burning your gut,
don’t do it.
when it is truly time,
and if you have been chosen,
it will do it by
itself and it will keep on doing it
until you die or it dies in you.
there is no other way.
and there never was.
terça-feira, 15 de dezembro de 2009
O Xeque-mate
_Teria como fazer uma reclamação?
_Sobre? (perguntou o porteiro)
_Sobre um menino mal-educado que jogou um papel na minha cabeça e estava vindo deste prédio,eu vi.
_O senhor sabe o andar do prédio?
_Era da cobertura,tenho certeza!
_Senhor,é apenas uma brincadeira de criança.Tem um menininho na cobertura e imagino que deve ter sido ele quem jogou,não há por que punir o menino,deixa pra lá.
_Não precisa me chamar de senhor e eu me importo sim!Quero falar com os pais desse "menininho" agora.
_Olha,acho que não precisamos nos exaltar...
_O quê?!O senhor tem noção do que é a educação nesse país?!Compreende que é por causa dessa leviandade é que o país tá assim?Cheio de marginais,putas de 12 anos de idade...
_Senhor,não é necessário erguer a voz aqui.Caso o senhor continue alterado,vou ter de chamar a polícia.
Então,depois de alguns segundos onde o professor procurou se acalmar...
_Tá bom,eu só quero deixar os pais deles cientes do que seu filho vem fazendo.
_Olha,meu senhor,isso eu mesmo faço.
_Qual é o seu problema,hein?!Foi em você que arremessaram uma bolinha de papel em pleno horário-de-almoço de um dia quente e irritante?
_Senhor,vou ser obrigado a chamar a polícia.
_Por favor,eu preciso falar com os responsáveis dessa criança.
"Ah,meu Deus,o Sr. Anselmo não vai gostar nada disso",pensou o porteiro enquanto fazia a ligação pro morador mais poderoso e bem-sucedido do prédio.
_Alô,Sr. Anselmo,tem um senhor aqui embaixo reclamando do seu filho.Ele disse que o menino jogou uma bolinha de papel em sua cabeça.
_Mas como é que o guri jogou propositalmente uma bolinha de papel na cabeça desse cara,estando ele aqui na cobertura?Nem eu conseguiria calcular com tal perfeição...
_Sr. Anselmo,eu já tentei conversar e não resolveu...
_Mas eu me recuso a descer.Manda esse homem subir aqui,então.Mostrarei a ele pessoalmente como é impossível cometer tal ato propositalmente.
E o porteiro,dirigindo-se ao professor:
_O Sr. Anselmo pediu que você subisse.É só pegar o elevador e subir até o 16º andar.
_Obrigado.
O professor que estava extremamente exaltado,subia o prédio rangendo os dentes e querendo socar as paredes naquele dia em que fazia um calor de aproximadamente 37ºC no Rio de Janeiro.
Ao chegar no 16º andar,viu um homem sério e de testa franzida esperando-o na porta do apartamento.O homem que ele via,de repente falou:
_Não tem cabimento a acusação que faz ao meu filho,vou mostrar-lhe o porquê.
E antes que o professor começasse a falar,o homem já havia se direcionado para a parte externa do apartamento.Ao chegar lá,primeiramente o professor sentiu-se meio que nauseado e enquanto retomava seus sentidos,calado,ouvia os argumentos do tal Sr. Anselmo.
_...como acabei de te provar não seria possível acertar alguém daqui,de propósito.Está muito claro que foi acidental.
E retomados os sentidos,começou:
_Pode não ter sido com o intuito de me acertar mas é verdade que o moleque arremessou o papel,o que demonstra falta-de-educação!
O dono do apartamento começou a gargalhar e falou:
_Você acha que o meu filho tem quantos anos?
_Deve ter uns 5,parecia um meninão de onde eu vi.
_Meu filho mal completou 3 anos de idade,como assim isso é falta-de-educação?
O professor já desistia da argumentação e para que houvesse o Xeque-mate na refutação de seus argumentos,apareceu não se sabe de onde o menino.O menino aparentemente assustado com o estranho que estava em sua casa,escondeu-se entre as pernas robustas de seu pai.E o Sr. Anselmo,já triunfante,disse:
_Viu?É esse aqui o ser extremamente mal-educado de que falava?
E riu-se fazendo um gesto que indicava a porta.
O professor saiu cabisbaixo e antes de ter a porta fechada agressivamente em sua cara,limitou-se a dizer:
_Desculpe pelo engano.
Pegou o elevador,extremamente decepcionado e triste com a conclusão das coisas,saiu do prédio sem se dirigir ao porteiro,procurou o boteco mais próximo e comprou a cachaça mais barata que tinha.E bem no meio do expediente.Todas as suas frustrações como professor,agora ex-marido e pai divorciado voltavam à sua mente e foi assim que José Luis Caldas nunca mais parou de beber,tornando-se,em pouco tempo,mais um alcoólatra nesse Rio caótico,quente e insano.
domingo, 13 de dezembro de 2009
À Deriva.
Em quanto tempo abandona-se a inocência da infância?Isso é extremamente relativo,mas a partir do momento em que toda a realidade que nos foi apresentada até então se desmorona antes de construirmos nossa personalidade,e o que é chamado de maturidade,ficamos à deriva e aí dependemos do destino.Pronto,estamos nas mãos do destino.O que fazer agora?Entregar-se a ele?Como?Não sabe-se como.Essa é a dúvida:"Aceitar a realidade ou lutar contra ela mesmo que sem muitas forças?".Talvez essa seja a questão central do filme À Deriva.O filme constrói um amadurecimento forçado e demasiado rápido de uma menina de 14 anos.O principal motivo seria a instabilidade emocional de seus pais(na verdade,da mãe).Num momento da vida em que abre-se espaço para o sexo,as amizades e as descobertas do corpo,no caso da personagem em questão,há a descoberta da traição de seu pai que,na verdade,nem é o culpado pelo desmoronamento do relacionamento entre ele e a mãe da protagonista.Nesse misto de descobertas típicas da idade e o tipo de descobertas que nunca se tem idade,de fato,para se ter,a menina cresce,amadurece e aprende.
Não bastaria essa trama que,a princípio,é extremamente comum,já que lida com separação,traições e adolescência.Para dar um adicional de densidade e carga emocional,há a trilha sonora conduzida e inserida em ótimos momentos para se causar comoção,reflexão e delicadeza.O elenco é bom,natural,espontâneo.Não há espaço aqui para grandes interpretações,há espaço para a interpretação da vida e das coisas que são,por vezes,naturais e,principalmente,dolorosas,em algumas fasesde nossas vidas.Devido a esse clima,o filme parece familiar e acaba por tornar-se relativamente leve e agradável.
Já que o filme se passa nas férias da família em sua casa de praia,a relação com a água é fundamental.O mesmo mar que serve para diversão e paz serve nos momentos difíceis e de desamparo.E há todo um clima praiano no filme que parece querer levar o espectador pra nunca mais voltar.Dá um tom nostálgico da infância e ainda serve para embelezar um drama que não tem nada de bonito,removidos os filtros,a ótima fotografia,a trilha sonora e a maneira como o diretor conduz o filme.No final,eu mesmo fui deixado à deriva,não sei o que pensar da atitude final da protagonista.Fiquei pensativo,distante,reflexivo mas com a certeza de que estive à frente de um filme agradabilíssimo,um dos melhores que vi este ano(se não for o melhor) e fica marcada a qualidade do diretor Heitor Dhalia (de "Nina" e "O Cheiro do Ralo").
Parabéns aos realizadores.Ótimo filme.
sábado, 5 de dezembro de 2009
em cima da folha em branco,
do papel virgem,
do A4 ingênuo ou da folha de caderno?
Vale,de fato,jorrar emoção em versos
expor-se,abrir-se todo
e crucificar,punir,maltratar
com tanto sentimento
a folha inocente?
Ela não tem culpa,imagino,
se tanta expressividade,tantas aflições
não cabem dentro da gente
e que se a gente não despejar nossa
matéria mais sincera,íntima e criativa
em suas brutas linhas de celulose,
poderíamos acabar,nós mesmos,
sendo despejados para fora de casa.
Nossa mente iria querer paz
e nós a oferecer somente dor e agonia.
Um dia seria inevitável
que nossa própria mente nos expulsasse de lá.
Por fim,agradeço-te,por tua brancura
que clama por confidências e ardência
transcritas em tinta preta,azul,vermelha,
como quiseres tu,escritor.
OBS.: Não que eu tivesse algo (de interessante) a dizer,como fica claro no texto acima,mas estava com saudade de postar no blog.
sábado, 28 de novembro de 2009
eu quero.
com os cheiros que ficam
impregnados em mim.
por todo lugar que passo,
de todo mundo que eu vejo,
eu guardo alguma coisa.
é o ápice da empatia,imagino.
eu não consigo deixar de ser o outro,
todos eles grudam em mim
pra nunca mais.
e de tanto ser hibrido,inoriginal,
em vez do vulgar,acabo por me tornar
meio que eu mesmo,
fico Único,mesmo que sem perceber.
quarta-feira, 25 de novembro de 2009
Pode ser.
Mas então,eu li G.H.(da Clarice,óbvio) buscando aquela Clarice de contos como Felicidade Clandestina,Uma Esperança e do romance A Hora da Estrela.O que encontrei foi uma Clarice que penetra muito mais profundamente "na natureza selvagem",nas profundezas imagináveis e inimagináveis do que é o "ser".Eu tenho a impressão de que a literatura tardia,madura da Clarice é mais do meu agrado,porque explora o ser mas sem tanta intensidade.Eu realmente quero descansar dessa intensidade por agora e é por isso que "Perto do Coração Selvagem" vai ficar pra depois.Pra depois de quê?Pra depois de Goethe e seu "Os Sofrimentos do jovem Werther".Sem mais.
domingo, 22 de novembro de 2009
Querendo acreditar.
terça-feira, 17 de novembro de 2009
Cansaço
Quem se diverte se eu chorar?
Que gênio maligno se empenha tanto
em me descontruir e,aos poucos,me matar?
Que dor é essa que eu sinto,
sem explicação ou sentido,
mas que é constante e presente
a todo momento.
A quem interessa ver tanto sofrimento?
Que tipo de vitória é essa?
Não sei.Só sei que sempre saio perdendo.
quarta-feira, 11 de novembro de 2009
Técnico.
os muros da minha escola
toda manhã.
Eu imagino espíritos loucos,
desvairados,insanos e escandalosos
presos nas paredes deste lugar.
As paredes são brancas,por serem lavadas
por lágrimas dos alunos,que insistem
em chorar por notas baixas.
Eu vejo mais do que tudo isso,
um abismo muito grande neste lugar.
É um recanto do desespero,
um monte de doidos querendo
se superar mas,no final,
acabam saindo mais vazios
do que quando entraram.
Eu sinto esse abismo me atraindo,
a ambição dos possíveis sucessos
profissionais e financeiros.
Eles nos impulsionam a tudo isso,e eu
vejo o abismo se abrir em mim,por fim.
Já não há mais volta.
OBS.:Não sei ao certo mas creio que o texto resuma um pouco (ou muito) o porquê da falta de textos no blog.Devo ficar uns dias fora daqui,como já tenho ficado.
Não há muito para se dizer.O mundo desaba à minha volta e eu não tenho o que dizer sobre isso.Simples.
sexta-feira, 6 de novembro de 2009
Ego(mentiras)
terça-feira, 3 de novembro de 2009
Sunday Morning
domingo, 1 de novembro de 2009
Ladies and gentlemen
Ah,descobri essa semana que tenho uns distúrbios de personalidade gravíssimos,não devo durar muito.Mas é aquilo: acredita que tudo passa que você adia o sofrimento.Essa é a minha filosofia.Vou descobrindo quão monstro e estranho sou e fico rindo do meu distanciamento de todos.Mas é engraçado mesmo,não é?Não é?
Uma coisinha que escrevi aí:
Do mundo que conheço
todas as dores são vãs
e todas as felicidades também.
Escrevo poemas querendo
dissipar todas as dores
e querendo descrever todas as
felicidades,
que enxergo no passar dos anos,
no passar dos rostos,
no passar da vida.
sexta-feira, 23 de outubro de 2009
A Day In The Life
Chegando à rua 9,ela percebia sua ansiedade aumentar absurdamente a ponto de seu coração bater mais forte."Mas são só flores",ela pensava."Como pode a possibilidade de comprar flores sem saber suas cores antes deixar-me tão ansiosa e comovida?".Não sabia ela que sua fragilidade emocional era similar à fragilidade e delicadeza de uma flor.Ela não sabia ainda,ninguém nunca havia lhe contado.Das pessoas que poderiam ter contado para ela(por lhe serem próximas),duas morreram.Uma dessas pessoas foi seu maior amor durante a vida.A outra foi a sua maior amizade durante a vida.Na verdade,eram a mesma pessoa em uma só.Quando havia paixão e calor,havia beijos.Ao cansar-se da paixão,amadureceram e do amadurecimento surgiu bela amizade.Ambos se confessavam ante o outro.Eram psicólogos mútuos e isso fazia falta a ela.Agora só as flores lhe sabem os segredos mais íntimos.
No último paralelepípedo antes da calçada da loja de flores,ela parou,virou-se e olhou."Floricultura",estava escrito.E com um sorriso de quem sabe que vai ser feliz,ela limpou os sapatos no tapete e entrou.Ao entrar encontrou Bernardo,filho do dono.
_Como vai,Bernardo?
_Bem,senhora.Chegaram novas tulipas hoje.Inclusive aquela vermelha que a senhora encomendou.
_Ah,não acredito!
Ao perceber o entusiasmo da cliente,Bernardo foi prontamente buscar as Tulipas,enquanto ela observava e pegava um buquê de rosas,também vermelhas(o que ela sabia ser clichê mas adorava,não fazia diferença para ela).
_Aqui estão,senhora!
_Ah,mas que beleza.Elas têm uma coloração ainda mais viva do que tinha em mente.Lindas,lindas.Muito obrigada.Como vai seu pai?
_Muito bem.Ele deve chegar mais tarde.Foi levar minha mãe à casa da minha tia,irmã dela.
_Ah,então,assim está bom.Até a próxima,Bernardo.
_Até!
quarta-feira, 21 de outubro de 2009
Uma grossa
inerente a todos,
esqueceu-se de atingi-la.
A generosidade,
que a todos agrada,
nunca fez parte de seus planos.
A caridade,
admirada por todo mundo,
significa nada pra ela.
Em sua falta de delicadeza,*
ela se admite bruta,
sem vergonha alguma.
E acha engraçado
as outras meninas usarem
rosa e comprar enormes(e caros)
bichinhos de pelúcia.
OBS.:
*.Variantes : Em sua ignorância
sexta-feira, 16 de outubro de 2009
Executivo mimado
terça-feira, 13 de outubro de 2009
Para dias melhores
em cada pedrinha
que eu encontrar.
Neste córrego de rio,
ou nas conchinhas
que eu pego no mar.
Vou ver flores,
quando houver miséria.
E vou sorrir,
nas horas de melancolia.
Dá tempo de aprender,eu sei.
É só praticar todo dia.
sábado, 10 de outubro de 2009
Reflexões tardias
quinta-feira, 8 de outubro de 2009
This Mess We're In
domingo, 4 de outubro de 2009
Back To Black
terça-feira, 29 de setembro de 2009
Bestas de castigo
segunda-feira, 21 de setembro de 2009
Medo do esquecimento
segunda-feira, 14 de setembro de 2009
Amigo
quinta-feira, 10 de setembro de 2009
Sobre a falta da falta de todos
quinta-feira, 3 de setembro de 2009
Para Luísa
domingo, 30 de agosto de 2009
Acabou.
segunda-feira, 24 de agosto de 2009
Sobre um menino de 8 anos
Obs.:Eu juro que por uma semana,morri de medo e vergonha de postar esse texto.Ele foi uma tentativa de não criar um texto sem dramas tão cotidianos e corriqueiros como os que geralmente exponho nos meus textos.
domingo, 16 de agosto de 2009
Um pio.
quinta-feira, 13 de agosto de 2009
Eu tenho problemas,
mais ninguém,só eu.
As outras pessoas,
são como a maçã que acabei de cortar:
cheias de pequenas
imperfeições.
Os meus problemas,se tornaram
maiores que eu.
Eu sou um tumor ambulante.
terça-feira, 11 de agosto de 2009
Jovens de classe média ascendentes
se dizer gente,
dizer que cresceu,
que é maduro.
Consideramos os outros infantis,
somos muito sérios
e dedicados
e almejamos grandes coisas.
Apesar de nossos desejos,
terem tamanho suficiente para
nos sufocar,
a verdade é que somos apenas
grandes merdas.
domingo, 9 de agosto de 2009
"Step Into My Office,Baby"
O vinho acabou,
a gente secou,
nossos olhos se desencontram,
após o embaraçar de sentimentos,
de pernas,de amor.
Fica tudo embaçado,
ainda te vejo no espelho,
quando me olho.
Ainda sinto falta de sentir
sua falta,
sabendo que você vai
chegar em casa
em meia-hora.
Ainda morro de inveja,
da tua mãe e do teu pai,
pois eles estarão
sempre ao teu lado,
algo que não consegui.
Mas não consigo erguer-me
desse colchão de merda,
pegar o telefone e dizer:
"Eu quero te ver".
quinta-feira, 6 de agosto de 2009
O longo descanso
e os olhos cansam,
algo está errado.
Pernas fraquejam,
onde quer que eu vá.
Algo está errado.
Apatia,desencontros,
melancolia.
É hora de descansar.
terça-feira, 4 de agosto de 2009
Eu e ela
segunda-feira, 3 de agosto de 2009
Reações pós-papel
Há poesia demais em mim.
Sinto-me irreal,
digno de histórias em quadrinho
e novelas da Globo.
A minha excessiva poeticidade,
torna-me monstro.
Monstro pela exagerada distinção,
quando em comparação aos outros.
A minha beleza e enorme diferença,
perante todos os outros,
me exclui e torna-me triste.
Canso-me de ser diferente,
renuncio toda essa nobreza
e cubro-me de ordinariedade.
domingo, 2 de agosto de 2009
"Você Pode Ir na Janela"
quinta-feira, 30 de julho de 2009
Beyond Beautiful
_Alô,é o Bruno?
_Não,ele respondeu.
Não era a primeira vez que ligavam procurando por esse Bruno e,provavelmente,não seria a última tampouco.Sentou-se na poltrona e começou a pensar:"Cadê minha vida?Hoje eu fui no mercado,bebi água e dormi.Como se vive assim?".Coçou a cabeça e ficou pensando no emprego que jogara fora,na namorada que jogara fora,no cachorro que morreu,na avó que morreu,em tudo que tava morrendo,"essa vida mórbida que eu levo".Ele vivia às custas do pai agora,que sempre pergunta sem agressividade:
_Filho,quando você vai voltar na empresa e pedir desculpas ao seu chefe?
_Não sei,pai,ele feriu meu orgulho.
E o pai perguntava isso,dessa maneira,porque sabia que o filho era o único Bacharel em Arquivologia da cidade e aquele escritório era o melhor da cidade.Uma hora ou outra eles voltariam um para o outro,mas Marcelo já não queria trabalhar lá.Tudo parecia tão cansativo.A rotina era pesada e,o pior,Marcelo não se dava bem com ninguém naquele lugar.Todo dia se esforçava para fazer amizades,mesmo que não gostasse da pessoa,e esperava pra ver se aquela relação se tornava algo natural e sincero.Até se tornava,mas nunca para ele.Tudo lá parecia sem graça.Então,cansado de tudo,Marcelo liga para a ex-namorada:
_Oi,é o Marcelo,quer sair?
_Olha,não vai acontecer nada,tá?Eu só vou porque não tenho o que fazer hoje à noite.
E o pior é que foi verdade.A noite foi ótima,eles conversaram até o restaurante,que ficava perto da casa dela,fechar,depois conversaram mais ainda e se despediram com um abraço forte e um beijo carinhoso que só dois amigos podem se dar.Ela parecia feliz,satisfeita com aquilo.Ele não.Quando chegou em casa,começou a socar a cabeça pensando:"Por que você não tentou nada,seu idiota?Vocês ainda se dão bem pra caralho,viu?Seu babaca perdedor".Após essa bela reflexão,com a qual Marcelo se acostumava cada vez mais,foi dormir seu sono de "babaca perdedor".
quarta-feira, 29 de julho de 2009
Opinião
Do sangue que cuspo
do vento que sopra
do beijo que roubo
da vida que rola.
Do canto do quarto
pra cima da cama.
No escuro,na lama
em qualquer lugar.
Não importa o ambiente,
o que está em meu torno:
o eterno retorno,o eterno retorno.
Eu choro,eu sofro
seja frio ou morno:
o eterno retorno,o eterno retorno.
As coisas que escrevo não fazem muito sentido.O texto acima,por exemplo,faz sentido para mim.Mas duvido que faça muito sentido para outrem,ainda mais pela excessiva ambiguidade(principalmente da segunda estrofe).Pelo menos,soou musical aos meus ouvidos.
Eu tenho amado tudo
o preto,o branco
o surdo,o mudo.
Contrapontos,paradoxos,
Oxímoros.
Sem saber o que amar,
fico em cima de muros.
Rimas piegas.Aliás,forçar a barra pra rimar é muito piegas.Prometo que no próximo post não tento escrever poemas.Foi só dessa vez...
terça-feira, 28 de julho de 2009
My Girls
kids
não era felicidade,
não entrava a tristeza tampouco,
sei somente que,
de tanta gritaria,encontrava-me rouco.
do chão batido,do pique-pega,
do pique-se-esconde,
a vida passou num pique
e tornei-me homem.
ainda lembro que tanto riso,
tanto gozo,nem tinha de onde sair apenas
saía.
mas,no fundo,
a hoje melancolia de homem
se escondia.
segunda-feira, 27 de julho de 2009
Poeta(s) gonçalense(s)
Fragmentos
Sono 1
Acordo grotesco,
cheirando a sono.
Sono tem cheiro?
O sono mora no meu peito
e eu só amo,eu só quero
sono.
Eu durmo.
Nas aulas de Geografia,
nas aulas de Biologia,
no ônibus,no trem,no bonde,
no sofá.
Eu sono durmo mais do que deveria.
Sono 1/2
Acordo grotesco,
cheirando a sono.
Sono tem cheiro?
O sono mora no meu peito
e eu só amo,eu só quero
sono.
Eu durmo demais.
Nas aulas de Geografia,
nas aulas de Biologia,
no ônibus,no trem,no bonde,
no sofá.
Eu,sono.
Frag.1
Eu não acho a escola chata
por que eu não posso.
Mas se eu pudesse...
Frag.2(verídico)
Eu nunca vi morça,
nunca vi golfinho,
fiquei puto hoje de manhã,
por causa do passarinho
que cantava às 6 horas da manhã.
sábado, 25 de julho de 2009
Chifres
quarta-feira, 22 de julho de 2009
Tom pastel/Across The Universe
Hoje eu vi o Across The Universe(tava na hora,né?)e achei tão legal!Eu não gosto de covers de Beatles,de musicais,nem historinhas bobas de amor,aí pensei:"pra que eu vou assistir esse filme?".Hoje,assistindo,eu descobri que meu amor por cada uma daquelas músicas é forte demais pra não gostar e me emocionar com o filme.É demais ver a quantidade absurda de referências que eles fazem a músicas dos Beatles,principalmente nos nomes dos personagens:Jude(Hey,Jude),Lucy(LSD),Max(Maxwell's Silver Hammer),Prudence(Dear Prudence),Sadie(Sexy Sadie) e Dr. Robert.Além disso algumas frases como:"When I'm 64" e "She Came In Through The Bathroom Window" fazendo menções bem óbvias a certas músicas.E além disso,o filme termina com uma música que me emociona de maneira bem particular:All You Need is Love.Eu não sei por que mas quando o Paul grita no finalzinho da música naquela confusão de instrumentos de sopro:"She Loves You yeah yeah yeah",eu fico arrepiado,com água nos olhos e essas coisas.Parabéns pro primeiro musical que prendeu minha atenção!
terça-feira, 21 de julho de 2009
Take a Bow
sexta-feira, 17 de julho de 2009
O carrinho vai,a noitinha cai
Depois de 4 horas de viagem,paro num restaurante para jantar decentemente.Existe muita churrascaria em beira de estrada.Nunca vi um restaurante vegetariano ou de comida oriental ou árabe em beira de estrada.Mas é disso que eu gosto:carne.Picanha,Alcatra,Maminha,o que tiver.Quando eu era pequeno,não gostava de Filé Mignon,não lembro o motivo,mas hoje tudo mudou.Hoje,tudo mudou.Essa frase me assustou depois que eu já havia pensado nela.E parei a olhar para o nada.Senti saudade da minha adolescência,dos meus pais(ambos foram mortos num mesmo acidente),dos amigos que perdi.Realmente,tudo mudou.Eu já não me reconheço,nem as outras pessoas me reconhecem.Já não me dou bem com os meus primos,que sempre foram amigões meus.Sentado na mesa de uma churrascaria praticamente vazia de beira-de-estrada,com um prato de picanha mal-passada na minha frente,penso:Em que parte dessa estrada eu me perdi de mim?"
quarta-feira, 15 de julho de 2009
Férias(pior post do blog)
segunda-feira, 13 de julho de 2009
Enlatados
domingo, 12 de julho de 2009
Meow...kitties
Esse som tem estado na minha cabeça.Pra quem não conhece:Leaf House do Animal Collective.Banda bem legal,sons bem loucos,traz paz,traz serenidade,apesar da loucura de sons e imagens criadas pelas músicas.É como o My Bloody Valentine,eu acho.Há tanto ruído,tantos sons,que acaba trazendo uma sensação de alívio e tranquilidade absurda.O MBV tem umas músicas muito boas,que eu só saquei agora.A que mais tem ficado na minha cabeça é Soon.Que múúúsica!!!O que que é aquilo?!É bonito demais,é calmo demais,é fantástico.É de uma delicadeza e genialidade que geralmente falta nas bandas.Realmente não é à toa que todo mundo puxa o saco do Loveless e diz que é o melhor cd dos anos 90 e tudo mais.Verdade,tem o Nevermind(que é ótimo,mas nem me interessa tanto),tem aquele famosão do Pavement que eu sempre esqueço o nome,tem o auge pop do Sonic Youth com Goo,tem o What's The Story...Morning Glory(do posteriormente repetitivo Oasis),tem o Parklife do Blur,tem Suede,o Bob Dylan fez coisas legais nos anos 90 também(pelo que eu soube hehehe).Enfim,os anos 90 não são tão ruins quanto parecem.Verdade,não é como nos anos 60 onde se tem simultaneamente Beatles,Velvet Underground,Jimi Hendrix,The Doors,Janis Joplin,Beach Boys(vide Pet Sounds)e,no Brasil,a Tropicália e a Bossa Nova um pouco antes(já que o Chega de Saudade do João Gilberto é de 1959 e pode ser considerado o pontapé inicial do movimento).E olha que eu falei poucas bandas ou músicos.Resumindo,os anos 90 foram ótimos,mais ou menos como as outras décadas.Nos anos 80,considerando rock,realmente não teve muita inovação.Houve a consolidação do Pós-punk,que já vinha sendo feito pelo Joy Division,por exemplo,desde 1978(considerando o Warsaw,porque o Unknown Pleasures,debut da banda,é de 1979) e houve a criação da MTV que fez com que a imagem valesse mais que a música,em alguns casos(vide Duran Duran,que foram pioneiros em altos investimentos em videoclipes e visuais).Ok,pode ter surgido algo de novo mas foi menos que em outras décadas.No Heavy Metal,aconteceu muita coisa.Aconteceu o NWOBH(New Wave of British Heavy Metal),que trouxe à tona bandas como Iron Maiden,Def Leppard e Venom,substituindo a galera da primeira leva(Black Sabbath,Deep Purple e,na minha opinião,Judas Priest).
Por que eu falei tudo isso?Eu comecei com Animal Collective e terminei com Judas Priest,interessante.Eu não sei,mas eu tenho a impressão de que eu gosto de música.
domingo, 5 de julho de 2009
OBS.:Eu não sei o motivo pelo qual escrevi isso.Desconsiderem qualquer falta de nexo,coesão ou qualidade.Eu só queria escrever.
sábado, 4 de julho de 2009
quarta-feira, 1 de julho de 2009
Reclama
Só Beatles mesmo.
sábado, 27 de junho de 2009
"A Outra"
quinta-feira, 25 de junho de 2009
"Here,There and Everywhere"
_Como vai tudo?
_Bem.E por aí?
_O de sempre.Não acontece nada nessa cidade,né?
_É.Pelo menos,agora é inverno,aí dá pra gente aproveitar melhor.
_Dá?
_Dá sim.Dá pra fazer fondue,ficar deitado o dia inteiro sem ninguém achar estranho,gastar menos com ar-condicionado e ventilador e também eu leio mais no frio.
_Sabe o que é engraçado?
_O quê?
_Eu bebo muito mais água quando está frio.
_Sério?Por quê?
_Não sei muito bem,a água parece mais gostosa,mais refrescante no frio.Não é que seja refrescante mas...ela parece mais...gelada naturalmente.É bom.
_Eu não sei.Eu adoro pegar minha garrafa d'água no verão e beber até não aguentar mais.
_Água é legal.Viu o show ontem?
_Que show?
_Aquele que passou no canal 6.
_Ah,nem vi.Eu tava cansado demais.
_Cansado de quê?Você tava de folga ontem.
_Mas eu aproveitei a folga pra limpar o banheiro e tirar as folhas caídas no jardim.
_Putz,deve ter dado o maior trabalho.
_Deu sim,mas eu já me acostumei.
_E sua filha?Como vai?
_Eu já não a vejo faz duas semanas.Ela viajou pra casa da tia na Inglaterra.
_Que bom...pra ela.
_Bom,em termos.Ela estava fugindo da mãe,que voltou a beber.E não gosta de ficar comigo,pois sempre diz que eu sou um pai muito relapso,afastado e frio.
_Que merda.
_Não.
_Não?
_Já me acostumei.
Pássaro em fuga
fugiu do ninho,
onde ficava escondidinho
e quentinho.
Depois da fuga,
achou-se triste,
exposto e sozinho.
Sentia frio,
medo e dor.
Cadê seus pais?
Cadê a comida dada na boca?
É dura,a libertação de um pássaro.
domingo, 21 de junho de 2009
Não tem fim
"All I want in life's a little bit of love to take the pain away
Getting strong today
A giant step each day"
"A giant step each day".É,não dá pra ser feliz vivendo devagar(acho).
sábado, 13 de junho de 2009
Ruídos.
segunda-feira, 8 de junho de 2009
Eu e os peixes
domingo, 31 de maio de 2009
A ex-amante e as mortes
Na realidade,seu pai realmente gostava de sua mãe mas estava desestimulado pela rotina que o casamento trouxe,daí o caso.O que aconteceu foi que seu pai agora estava velho,sem mulher e triste.Triste como ela havia sido um dia e só ela podia ajudá-lo.Ajudá-lo?E quando ela estava na pior?Quem foi lá para estender-lhe a mão?Ninguém.E essas lembranças de abandono ainda a afetavam muito,por isso demorou demais a ajudar o pai.Só quando ela terminou a faculdade,aos 29 anos,e teve de passar mais tempo em casa,foi que ela percebeu a crueldade que estava cometendo.Mas já era tarde demais.Seu pai havia se entregado a um problema antigo:o cigarro.E sua mãe não estava nada bem também,estava morando na casa da falecida avó.O lugar havia se tornado perigosíssimo e a mãe já não saía de casa por medo.Medo das pessoas,assim como o de nossa protagonista em sua adolescência.Claro que por motivos diferentes mas ela não podia deixar de sentir um certo sentimento de vingança ao ver seus pais passando pelos percalços que ela teve de enfrentar quando mais nova.Ajudou os pais até onde pode.O pai morreu,com uma parada cardíaca e sua mãe,dois anos depois.Uma morte piegas e vulgar.Mesmo estando dentro de casa,uma bala perdida havia chegado até ela.
Herdou metade da herança de seu pai e repartiu-a sem problemas com seu irmão que,com ela,era extremamente pacífico,seus pais morreram muito jovens e nem a viram completar os 40 anos.Sem família,pois não conseguiu manter contato com o irmão apesar da grande simpatia que era recíproca.Sem namorado,pois já não se interessava por homens(e nem por mulheres,só para constar).E apesar disso era felicíssima.Trabalhou até o final de sua vida em um jornalzinho medíocre de seu município e nunca reclamou disso.Infelizmente,deixou o sebo mas continuava seus 3 ou 4 ou 5 livros por semana.Ah,o nome dela eu não lembro.Não mesmo,desculpe.