sábado, 3 de janeiro de 2009

Pois É

Cadê a poesia em mim?
Não há.Há prosa e prosa e pontos de interrogação.
E exclamações e parágrafos.
Sem espaço para estrofes e sonetos em minha vida
por ser regrado,por querer ser certo.
Pra poder ser direito.
A poesia em mim morreu.
Cadê?Sumiu.
Já existiu?Faz tempo.
O assassinato foi brusco?Não,foi bom e aos poucos.
Matar a poesia em mim foi a busca pelo óbvio.
Foi na busca pelo óbvio,que o meu eu-lírico preferiu os ensaios.
Foi na busca pela certeza e pela garantia e pelo pé no chão que acabou.


Ali perto corre um riacho que ninguém vê.
De lá trago flores bonitas pra você.
Se você mesmo assim não gostar,juro que um dia eu irei me zangar.

Até minha poesia quer ser prosa.Quer ter ponto,quer ter certeza,quer tocar chão com pé firme.Quer tocar chão firme com pé.

Até onde vai a poesia?O que é a poesia?Pra quê rima?
Para exibir beleza aos de cima.Para não ter de dar satisfação aos de baixo,
pra poder falar tudo que eu acho,
de uma maneira bonita.Ininteligível?Sim.
Esse é o fim.

Onde é o fim?Cadê o horizonte?
Lembro que cheguei perto um dia.Mentira.

Qual é a graça de ficar nessa bagunça?Escrevendo feio e sem sentido.
Poeta tem que ser perdido?
Na verdade,não.A poesia de um,reflete seu interior
Clichê esse turpor.
De não dizer nada e parecer dizer tudo.
Assim é fácil.É como se fosse mudo...
Nada é dito,nada é acrescentado
ao pouco que se vê.
Essa é a beleza dos versos,enxergar o que não há.
Não entender e mergulhar.Descontruir ou rimar,
escolha a tua forma de velejar.

2 comentários:

Anônimo disse...

"Essa é a beleza dos versos,enxergar o que não há.
Não entender e mergulhar"

Black! Gostei muito dessa parte (:

penso exatamente assim.

não acho que poesia seja exatamente com o entuito de tornar as coisas belas, vendo desse jeito parece algo forçado e não gosto de poesia assim.
quando faço, é como se fosse natural, com certeza é algo mais "florido" que a prosa( merda! não encontrei outro termo, esse é horrível)

eu sou a favor de mudanças sempre! não gosto de regras, nem de métrica, é como se limitassem seu sentimento ao escrever, apesar de ter gente que ja faz isso naturalmente... enfim, deixei tudo confuso =/

Anônimo disse...

Gosto da poesia por não precisar ser "pé no chão" ao escrever... Já sou tão realista o tempo inteiro que quando escrevo quero abrir as minhas asas e voar...
Mesmo que o meu vôo escrito seja uma droga, mesmo que o que escrevo seja um clichê atrás do outro...
Ultimamente tenho sofrido da "Síndrome da falta de criatividade"