domingo, 31 de maio de 2009

A ex-amante e as mortes

Ex-amante,sim.Mas não há tanto tempo assim.E esse foi o grande problema.Certas coisas que não deveriam vir a tona vieram.E com uma velocidade e força incríveis.Sua mãe era só lágrimas e gritos e reclamações.Tudo aquilo fora demais e seus pais,depois de 37 anos de casamento,estavam se divorciando.Além da briga judicial pela repartição de bens,que parecia eterna mas acabou terminando com sua mãe derrotada,havia uma decisão a ser tomada:com quem ficar?com a mãe ou com o pai?No final da reflexão,ela acabou por descobrir que não tinha muita opção e que tinha de ficar com o pai,pois a mãe não teria renda para sustentá-la devidamente.E a universidade trazia muitos gastos,então...
Na realidade,seu pai realmente gostava de sua mãe mas estava desestimulado pela rotina que o casamento trouxe,daí o caso.O que aconteceu foi que seu pai agora estava velho,sem mulher e triste.Triste como ela havia sido um dia e só ela podia ajudá-lo.Ajudá-lo?E quando ela estava na pior?Quem foi lá para estender-lhe a mão?Ninguém.E essas lembranças de abandono ainda a afetavam muito,por isso demorou demais a ajudar o pai.Só quando ela terminou a faculdade,aos 29 anos,e teve de passar mais tempo em casa,foi que ela percebeu a crueldade que estava cometendo.Mas já era tarde demais.Seu pai havia se entregado a um problema antigo:o cigarro.E sua mãe não estava nada bem também,estava morando na casa da falecida avó.O lugar havia se tornado perigosíssimo e a mãe já não saía de casa por medo.Medo das pessoas,assim como o de nossa protagonista em sua adolescência.Claro que por motivos diferentes mas ela não podia deixar de sentir um certo sentimento de vingança ao ver seus pais passando pelos percalços que ela teve de enfrentar quando mais nova.Ajudou os pais até onde pode.O pai morreu,com uma parada cardíaca e sua mãe,dois anos depois.Uma morte piegas e vulgar.Mesmo estando dentro de casa,uma bala perdida havia chegado até ela.
Herdou metade da herança de seu pai e repartiu-a sem problemas com seu irmão que,com ela,era extremamente pacífico,seus pais morreram muito jovens e nem a viram completar os 40 anos.Sem família,pois não conseguiu manter contato com o irmão apesar da grande simpatia que era recíproca.Sem namorado,pois já não se interessava por homens(e nem por mulheres,só para constar).E apesar disso era felicíssima.Trabalhou até o final de sua vida em um jornalzinho medíocre de seu município e nunca reclamou disso.Infelizmente,deixou o sebo mas continuava seus 3 ou 4 ou 5 livros por semana.Ah,o nome dela eu não lembro.Não mesmo,desculpe.

3 comentários:

Anônimo disse...

Pior do que sentir-se só é não ter a quem ou a que amar.

Ana Casanova disse...

E o nome dela nem era o mais importante mesmo.
Um caso de vida como tantos outros que acontecem em qualquer lugar.
Vidas tristes e vazias...
Beijinhos;D

Táxi Pluvioso disse...

Sobre a Lady GaGa, ela é do melhor pop que se faz, não é só música (que não tem falhas a dela) mas também uma imagem.

Por outro lado, não me importava nada de conhecê-la numa praia (até pode ser no Rio ou num risco de areia noutro lado qualquer). bfds