domingo, 14 de dezembro de 2008

Confusão

Confusão.Não sei o que sentir e o que fazer pra me divertir.Até sei mas ainda estou me acostumando a ficar de férias.Depois de ficar estudando desde Janeiro,só com fins-de-semana,feriados e uma semana de férias pra descansar é tudo muito estranho.O estudo me ocupa,a escola me abriga.Eu me sinto um estranho em casa.Eu não me sinto em paz ou seguro dentro da minha própria casa.Tenho medo de ser agredido verbalmente,eu acho.Tudo pode acontecer,as coisas são totalmente ilógicas por aqui.Só me resta rir.Existem dias em que eu não consigo rir.E aí é ruim.Eu deveria rir mais,muita gente já me disse isso.Talvez se eu tivesse mais liberdade,se viajasse mais,se fizesse mais coisas legais.Mas pensar assim é inútil.Eu imagino que se eu pudesse fazer tudo isso,alguma coisa me incomodaria e eu ficaria reclamando dessas coisas.É simplesmente questão de enxergar as coisas de maneira positiva.Sempre é possível.Só que eu não sou bom nisso.O que é uma pena,pois me atrapalha muito.Antes eu sorria muito.Pra todo mundo.Sempre sorrindo.Mas eu era tão mais triste que hoje.A impressão que dá é de que quanto maior o segredo,maior a máscara.Quanto mais estranho e triste você for,mais se esforçará pra tentar ser comum.No final das contas,isso me parece óbvio.Faz alguns segundos que isso não me parecia óbvio.Às vezes,o fato de escrever ou falar algo tira a magia da coisa.Muitas vezes,você vem no ônibus com uma idéia que parece perfeita,realmente interessante e quando escreve,você murcha.Não era tão bonito ou tão legal quanto parecia.Qual é a diferença,afinal?O campo das idéias dista muito do campo da escrita,quando não se tem prática discursiva.E essa é uma das coisas legais de se escrever mais e mais.Você só melhora,só se sente melhor ao escrever.O que você escreve te traduz muito melhor.Ou,pelo menos,traduz muito melhor o que você estava pensando.Traduzir o nosso íntimo é estranho,porque a gente nem sequer sabe muito bem o que se passa aqui dentro.Isso acontece,porque nós não vivemos o que somos.Nós vivemos o que nos é imposto.E,por isso,o ser humano tem me parecido tão distinto.Pela maneira como uma pessoa age,fala,se expressa,você cria em sua mente o retrato perfeito do que ela é,mas caso você venha a se aprofundar percebe que a pessoa não é aquilo.Por influência da minha mãe,grande julgadora da personalidade alheia,eu sempre julgava as pessoas só olhando,de longe.E,geralmente,esperava coisas maravilhosas das pessoas e elas sempre eram muito menos que aquilo.Sempre fúteis,decepcionantes.E é por isso que eu tenho dificuldades,às vezes,em confiar nas pessoas porque elas sempre me decepcionaram.Distanciavam-se quando eu pensava ser amigo,tinham opiniões egoístas quando eu esperava grandes idéias.Eu tinha escrevido um texto sobre o medo que eu tenho das pessoas,mas eu perdi porque formatei meu computador antigo.É engraçado,eu tenho medo de sair,inúmeras vezes,por não saber bem quem é a pessoa.É estranho falar isso.Muito estranho.As pessoas parecem ameaçadoras a todo o tempo.Vão te deixar inseguro,triste e confuso.Falarão sobre assuntos que não te deixam à vontade e vão te criticar quando menos esperar.Essa é uma versão muito complicada das coisas mas,infelizmente,é assim que eu me sinto.Estou tentando me desligar de mim cada vez mais.Eu já pareço estranho para alguns mas se eu falasse tudo que penso e fizesse tudo que quero,eu seria completamente isolado.Seria jogado num quarto escuro,tachado de doente,débil.Isso é muito triste,muito ruim.Por que viver não é mais fácil?As dificuldades pareciam obstáculos e eu gostava de transpô-los,mas as adversidades já não tem mais graça.As coisas ficam amargas com o tempo.Vão estragando.É isso que há em mim.Confusão.

3 comentários:

Táxi Pluvioso disse...

É aceitar o que temos. Perceber como isso é fantástico. Ou a vida nos passa ao lado. Long live philosophy!!!

300 g. de mariana disse...

é difícil não criar expectativas em relação às pessoas...
...mas não acho que devemos aceitar o que nós temos.

O negócio é lutar, por qualquer coisa, qualquer causa,
nunca aceitar o tédio.

Anônimo disse...

A questão é se cobrar menos...
Sei lá , comigo o desconforto de estar em casa está relacionado ao fato de que não sou eu quem paga a casa ou o que como , quem comprou os móveis and all that stuff.