quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Nice Dream.

Eu gostaria de ter um,um dia desses.Nem sequer me lembro qual foi a última vez que sonhei.Eu parei de sonhar.Isso quase tem um duplo sentido.Porque parei de sonhar toda a noite,como acontecia na minha infância e meus sonhos e ambições em vida são cada vez mais pé-no-chão.Claro que com muitos sonhos,havia muitos pesadelos também.Pesadelos repitidos.Nos dois sentidos.Em várias noites,sonhei estar caindo ou me perdendo dos meus pais no meio de lugares feios,sujos e com pessoas não-confiáveis.E,na vida real,acho que meu maior medo era o de me perder dos meus pais também e o de sofrer algum acidente e ficar paráplégico ou tetraplégico.Deve ser porque a maneira como enxergo as coisas já dificulta demais minha vida.E ficar deficiente seria demais pra mim.Seria muito perigoso deixar-me perto de facas ou qualquer tipo de arma,haveria sério risco de suicídio.
Amanhã começa a venda oficial dos ingressos pro show do Radiohead!Viva La Vida(que engraçado,hein?)!
Um conto engraçado também:

Ela gostava das flores.Quais flores?Todas.Gostava de todas as flores que encontrasse pela frente.E assim ela viveu até se tornar adulta.Já com seus 30 anos,ela acordou,trocou de roupa,tomou seu café-da-manhã,escovou os dentes e foi para o jardim de sua casa,como era de costume.Só que dessa vez,ela nada sentiu.Todo o carinho que tinha pelas carmélias,bromélias e rosas havia se extinguido.Para sempre.Assustada com sua nova falta de sensibilidade,foi ao espelho de seu banheiro e viu que ainda era a mesma por fora.Só não gostava mais de flores.Ela ficou triste,pela primeira vez,por não ter constituído família.Não tinha filhos,criava lindas rosas brancas.Não tinha marido,mas tinha lindas margaridas tomando todo o canteiro.Tentando imaginar a causa,foi para a arejada e bonita varanda de sua casa.Então,começou a refletir.Refletir,refletir e refletir incessantemente,a fim de descobrir o destino de sua ex-sensibilidade,de seu ex-carinho e de seu ex-amor pelas flores.Depois de duas horas,descobriu.Agora sua paixão era o mar.A praia,ah,a praia.A linda praia.A tranqüilidade que as ondas trazem e levam.A segurança quando se pisa na areia,o medo da água gelada.Tudo isso vinha-lhe à mente agora.Foi correndo para a sala,onde estava o jornal e procurou desesperadamente pelos Classificados.Lá encontrou uma casa na praia de que mais gostava,que não ficava muito longe de sua casa.Ligou para o número descrito ali.Ninguém atendia.O nervosismo só aumentava.Não havia tempo para se perder.Ela logo teria de ir pro trabalho e não conseguiria concentrar-se nas suas tarefas,caso não comprasse a casa.Ligou de novo,nada.Foi à cozinha,bebeu água.Passou a roupa do serviço,para adiantar.Ligou de novo e eis que uma voz infantil atende.Ela pergunta:
_Este é o telefone da casa dos classificados?
E,de repente,ouve a menina do telefone gritar:"Mãe,mãe...".Em pouco tempo,a mãe da criança chega ao telefone e pergunta quem é.Ela responde e repete a pergunta.A mulher do outro lado da linha diz que sim.Aquele era o número da casa dos Classificados.Elas decidem por telefone mesmo,a forma de pagamento e outros detalhes.Por ser grande e na beira da praia,o valor era alto e a mulher teve que tirar dinheiro do Fundo de Garantia.Ela não se importava.Depois que voltou do trabalho acertou tudo com o pessoal que trabalhava fazendo mudança.Na semana seguinte,olhou com um pouco de tristeza e nostalgia para suas pequenas e ex-queridas flores e foi embora.Não tinha mais volta,não que ela se arrependesse.Mas a impulsividade era algo que a incomodava.Dez anos depois de ter se mudado pra casa de praia,ela passou a ter uma nova paixão a cada 10 anos.Hoje ela tem 70 anos e um dia desses eu a vi aqui perto de casa.Dizem que uma das últimas paixões dela foi Moscou e ela teve que morar por 10 anos em Moscou.Pessoa engraçada,não?

3 comentários:

Aline disse...

Que legal o conto! Sério mesmo, amei! :] Simples, mas tão cheio de significado e.. bonitinho ^^
Beijos, black.. ah, e não sei pq meu blog não aparece quando coloca o site, mas tenta por aqui então =)

Anônimo disse...

uau, isso foi complexo

Anônimo disse...

ahh black mto legal, assim que comecei a ler lembrei do filme
'As horas'quando Virginia fala o começo do seu livro "Ela decicdiu que iria comprar as flores sozinha"

enfim, belo conto.

bjos!