quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Pode ser.

Eu já posso deixar de sentir as emoções que tenho sentido e parar de ver a beleza onde tenho costumado ver.É possível que tudo deixe de ser comum,são novos ares para a mente e novos rumos para o coração.A Paixão Segundo GH me foi demasiado denso e arrastado,apesar da excitação toda no final e dos incríveis mergulhos no que é o "ser",de fato.Agora o que há é um Goethe,um belo prato,imagino.Receio apenas quais serão os efeitos.Temo a minha impopularidade(social,obviamente) devido à falta de atualidade vocabular do livro e das temáticas que se remetem claramente a tempos,ainda que tão próximos(final do século XVIII/início do século XIX),tão distantes.As paisagens são mais belas,a literatura tem uma paixão que me lembra Shakespeare(mesmo sem nunca ter lido),que me lembra algo do Dorian Gray de Oscar Wilde e não o tipo de escrita que tanto prezo,um tipo mais atual,moderno,urbano mesmo,como em Kafka e Tolstoi.
Mas então,eu li G.H.(da Clarice,óbvio) buscando aquela Clarice de contos como Felicidade Clandestina,Uma Esperança e do romance A Hora da Estrela.O que encontrei foi uma Clarice que penetra muito mais profundamente "na natureza selvagem",nas profundezas imagináveis e inimagináveis do que é o "ser".Eu tenho a impressão de que a literatura tardia,madura da Clarice é mais do meu agrado,porque explora o ser mas sem tanta intensidade.Eu realmente quero descansar dessa intensidade por agora e é por isso que "Perto do Coração Selvagem" vai ficar pra depois.Pra depois de quê?Pra depois de Goethe e seu "Os Sofrimentos do jovem Werther".Sem mais.

Um comentário:

Mel. disse...

Tenho certeza que você vai gostar de Goethe. Em certos aspectos o romantismo lá fora é bem mais interessante do que o daqui.

No mais, todos citados são excelentes escritores! (Especialmente Wilde, devo salientar, hehehe.)